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Catadores de materiais recicláveis: representações sociais de coleta seletiva | Yamamoto | Revista Ciência em Extensão

Catadores de materiais recicláveis: representações sociais de coleta seletiva

Fernanda Yamamoto, Ana Maria Rodrigues de Carvalho, Carlos Rodrigues Ladeia

Resumo


Introdução: A atividade de catação de materiais recicláveis tornou-se uma disputada fonte de renda de grande contingente de trabalhadores colocados na informalidade e na miséria decorrente das profundas alterações políticas e econômicas ocorridas nestas últimas décadas. Neste contexto, procurando responder à questão da marginalização social, da geração de trabalho e renda e do resgate da cidadania desses trabalhadores, em meados de 2001, foi constituída em Assis uma cooperativa de catadores, apoiada pela Cáritas Diocesana e pela UNESP, por meio do Núcleo de Assessoria à Formação e Desenvolvimento de Cooperativas Populares e pela Prefeitura Municipal. A Cooperativa em convênio com a Prefeitura está implantando a Coleta Seletiva Solidária, em 60% dos domicílios, uma alternativa para a melhoria das condições de trabalho e de renda desses trabalhadores. Conseqüentemente, a quantidade de recicláveis disponíveis nas ruas ou para doações aos catadores que trabalham individualmente, vem reduzindo acentuadamente. Preocupada, a Cooperativa vem convidando os catadores que ainda trabalham individualmente a integrarem o grupo da Coleta Seletiva. No entanto, sob alegações diversas, muitos não têm aceitado. Tem sido possível observar que neste novo modo de trabalho coletivo, com várias regras presentes, como horário de trabalho fixo e rendimentos divididos igualmente, muitos catadores, consideram ter perdido sua autonomia de decidirem sobre seu trabalho e renda. Objetivos: Identificar as Representações Sociais de Coleta Seletiva construídas pelos cooperados que ainda não aderiram ao projeto e, paralelamente, desencadear ações que viabilizem novas adesões. Métodos: Esta pesquisa-ação, em andamento, vem ocorrendo em espaços formais de reuniões na Cooperativa com a participação da Diretoria, cooperados e Assessoria. Preliminarmente, foram levantados dados em observações diretas e contatos informais, pois os pesquisadores já estavam inseridos neste contexto. Tomando-se como referência a Teoria das Representações Sociais, tem sido possível contribuir para a compreensão dos conhecimentos construídos no cotidiano, acerca da Coleta Seletiva. Resultados: Por meio da análise de conteúdo, os dados levantados até o momento apontam para: a resistência em trabalhar em grupo decorrente da pré-concepção individualista vigente, a compreensão de que, devido ao convênio com a Prefeitura, os cooperados se tornarão seus funcionários, a hipótese da Prefeitura não cumprir o contrato e a cooperativa ter que acolher a todos de volta, a crença de que Deus é provedor e não os deixará sem renda. É possível identificar que, para alguns, participar da Coleta Seletiva é uma questão de tempo, pois, ela “está só engatinhando, logo vai correr”.

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