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Construção de banco de termos identificados em registros de enfermagem utilizando a CIPE®
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Artigo Original

 

Furtado LG, Nóbrega MML. Construção de banco de termos identificados em registros de enfermagem utilizando a CIPE®. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2007; 9(3):630-55. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a06.htm

 

Construção de banco de termos identificados em registros de enfermagem utilizando a CIPE®

 

Construction of the base of terms identified in the registers of nursing using of the CIPE®

 

Construcción de la base de los términos identificados en los registros de enfermería utilisando la CIPE®

 

 

Luciana Gomes FurtadoI, Maria Miriam Lima da NóbregaII

IEnfermeira da Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley – UFPB, Discente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da UFPB. João Pessoa/PB. E-mail: lugofurtado@hotmail.com

IIEnfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Associada do Departamento de Enfermagem em Saúde Pública e Psiquiatria do Centro de Ciências da Saúde da UFPB. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Pesquisador CNPq. Orientadora. E-mail: miriam@ccs.ufpb.br

 

 


RESUMO

Pesquisa exploratório-descritiva, desenvolvida com objetivos de identificar na CIPE® e em outras terminologias de enfermagem o significado dos termos relacionados com fenômenos de enfermagem, identificados e mapeados na Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley/UFPB; desenvolver definições teóricas para os termos classificados nos eixos Foco e Julgamento e não constantes na CIPE® e construir banco de termos identificados na Clínica Médica e classificados na CIPE® Versão 1.0, nos Eixos Foco e Julgamento. Na construção do banco de termos, foram seguidos quatro procedimentos da metodologia terminológica: identificação e avaliação da documentação especializada, delimitação do campo temático, estabelecimento da árvore de termos a serem definidos, e compilação dos dados extraídos para constituição das definições teóricas. Após a elaboração das definições as mesmas foram submetidas a um processo de análise e consenso, passando então a constituir o Banco de Termos da Clínica Médica composto de 210 termos. Os resultados desta pesquisa representaram uma positiva troca de experiências entre as pessoas envolvidas neste processo de construção, proporcionando uma real possibilidade de campos de estudos, bem como a apropriação desse banco de termos como instrumento de trabalho e produção do conhecimento pela equipe de enfermagem da Clínica Médica da referida instituição.

Palavras chave: Enfermagem; Terminologia; Vocabulário; Registros de enfermagem.


ABSTRACT

This research exploratory-descriptive, was developed with the objectives to  and other terminologies of nursing, the meaning of the identify, in the CIPE® terms related with nursing phenomena, identified and mapping in the Medical Clinic of the HULW/UFPB; to develop theoretical definitions for the terms and classified in the Axes Focus and Judgment and not constant in the ICNP® and to construct the base of terms identified in the Medical Clinic and classified in the ICNP® Version 1.0, the Axes Focus and Judgment. In the construction of the base of terms, four procedures of the terminological methodology had been followed: identification and evaluation of the specialized documentation, delimitation of the thematic field, establishment of the tree of terms to be definite, and compilation of the data extracted for constitution of the theoretical definitions. After the elaboration of the definitions the same ones had been submitted to a process of analysis and consensus, passing then to constitute the Data base of Terms of the composed Medical Clinic of 210 terms. The results of this research had represented a positive exchange of experiences between the involved people in this process of construction, having provided one real possibility de campus of studies, as well as the appropriation of this base of terms as instrument of work and production of the knowledge for the team of nursing of the Medical Clinic of the related institution.

Key words: Nursing; Terminology; Vocabulary; Nursing Records.


RESUMEN

Esta investigación exploratorio-descriptivo, fue desarrollada con los objetivos del identificar en CIPE® y otras terminologías del enfermería, el significado del los términos relacionados con fenómenos del enfermería, identificado y levantamiento en la clínica médica del HULW/UFPB; desenvolver definiciones teóricas para los términos clasificadas nos ejes foco e juicio y no constantes en la CIPE® y construir la base de términos identificados en la clínica médica y clasificados  en la CIPE®  Versión 1.0. En la construcción de la base de los términos, cuatro procedimientos de la metodología terminológica habían sido seguidos: identificación y evaluación de la documentación especializada, delimitación del campo temático, establecimiento del árbol de los términos a ser definidos, y compilación de los datos extraídos para la constitución de las definiciones teóricas. Después de que la elaboración de las definiciones las mismas hubiera sido sometida a un proceso del análisis y del consenso, entonces pasando para constituir la base de términos de la clínica médica compuesta de 210 términos. Los resultados de esta investigación habían representado un intercambio positivo de experiencias entre la gente implicada en este proceso de la construcción, proporcionando una posibilidad verdadera de campos de estudios, así como la apropiación de esta base de términos como instrumento del trabajo y la producción del conocimiento para el equipo del enfermería de la clínica médica de la institución relacionada.

Palabras clave: Enfermería; Terminología; Vocabulario; Registros de Enfermería.


 

 

INTRODUÇÃO

A criação e utilização de palavras para explicar e denominar conceitos, objetos e processos dos diferentes campos do conhecimento especializado existem, desde os tempos remotos, ocorrendo mais especificamente no universo das ciências, das técnicas e das diferentes atividades do trabalho profissional. Esse conjunto de palavras pertencentes a uma área científica denomina-se terminologia e o seu emprego assume determinadas funcionalidades nas comunicações profissionais, sendo essas funcionalidades vinculadas às faces constitutivas da terminologia – lingüística, conceitual, comunicativa – e relacionadas com o estabelecimento do conhecimento científico (1).

Na Enfermagem, esse processo de se adquirir uma conceitualização específica tem sido observado, desde o início da Enfermagem Moderna, quando Florence já reconhecia, em seus escritos, que a Enfermagem desconhecia os seus elementos específicos, sendo essa preocupação foco de vários questionamentos na profissão, quanto aos seus conhecimentos específicos, seus conceitos, seus significados e a utilização desses conceitos na prática, entre outros aspectos (2). Tais questionamentos estimularam as enfermeiras a darem início ao desenvolvimento de modelos conceituais ou teorias de enfermagem, a partir da década de 1950, num esforço para identificar conceitos específicos da profissão; ao desenvolvimento de pesquisas em enfermagem, a partir da década de 1960, principalmente relacionadas com o desenvolvimento de conceitos; a introdução do processo de enfermagem, inicialmente nos Estados Unidos, na década de 1970, como um modelo operacional para a prática de enfermagem, por meio do qual as enfermeiras tomam suas decisões clínicas (2).

A utilização do processo de enfermagem, expresso através de suas fases distintas, favoreceu o desenvolvimento de diversos sistemas de classificação em Enfermagem. Esses sistemas tiveram uma grande representação para o desenvolvimento da profissão, tendo em vista que eles possibilitam a documentação da Enfermagem, de acordo com as etapas do processo de enfermagem, e estabelecem padrões de cuidados que podem ser utilizados em qualquer parte do mundo permitindo uma melhora na qualidade da assistência de enfermagem, por meio da sistematização, do registro e da quantificação do que os componentes da equipe de enfermagem produzem (3-4) .

Entre os sistemas de classificação destaca-se a Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem (CIPE®), desenvolvida pelo International Council of Nursing (ICN), com o objetivo de uniformizar a linguagem de enfermagem, universalmente, já que os demais sistemas traziam consigo as influências culturais, locais, de difícil adaptação às demais comunidades de enfermagem. Em sua atual versão, a CIPE® Versão 1.0, denominada como uma terminologia combinatória traz a possibilidade de construção de um vocabulário especializado na área da Enfermagem, já que ela estimula a combinação de termos da CIPE® com termos de vocabulários existentes e termos locais. Seu novo perfil aponta para facilidades de documentar a nossa prática, o que permite uma melhor visualização da Enfermagem, reforçando, assim, seu valor como ciência.

Levando em consideração a complexidade clínica dos pacientes da Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW/UFPB), as dificuldades encontradas para a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), e, sobretudo, por se compreender que a utilização de terminologias na prática é um caminho para a Enfermagem ser fortalecida como ciência e, em conseqüência, ser visualizado o seu verdadeiro papel no atendimento de saúde, questiona-se: O que poderia ser feito para facilitar a implementação da SAE na Clínica Médica do HULW/UFPB? Como desenvolver estratégias para facilitar a documentação prática e, dessa forma, proporcionar uma melhor visualização do cuidado prestado àqueles pacientes? Uma das tentativas de responder a esses questionamentos tem sido a realização de estudos, desde 2000, nas clínicas do HULW/UFPB, dentro do Projeto sobre Identificação de termos da linguagem profissional para inserção em sistemas de informação: instrumental tecnológico para a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem, para a identificação de termos utilizados pelos componentes da equipe de enfermagem nos registros dos prontuários e compará-los com os termos da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem, em busca da identificação de fenômenos e ações de enfermagem (5-10).

Desta forma desenvolveu-se esta pesquisa, que tem como objetivos de identificar na CIPE® e em outras terminologias de enfermagem o significado dos termos relacionados com fenômenos de enfermagem, identificados e mapeados na Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley/UFPB; desenvolver definições teóricas para os termos classificados nos eixos Foco e Julgamento e não constantes na CIPE® e construir banco de termos identificados na Clínica Médica e classificados na CIPE® Versão 1.0, nos Eixos Foco e Julgamento.

 

PERCURSO METODOLÓGICO

Trata-se de pesquisa exploratório-descritiva, realizada na Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley, localizado na cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba. Antes de sua realização, o projeto da pesquisa foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HULW/UFPB, em observância aos aspectos éticos preconizados na Resolução nº. 196/96 do Ministério da Saúde (11).

Visando a atender aos objetivos da pesquisa e garantir a qualidade e eficiência de um trabalho terminológico, buscou-se, obedecer a uma série de procedimentos recomendados na metodologia do trabalho terminológico, como: identificação e avaliação da documentação especializada; delimitação do campo temático da análise terminológica mediante um sistema de classificação; estabelecimento da árvore de termos a serem definidos, compilação dos dados extraídos para constituição das definições teóricas, com base na árvore de conceitos (12), sempre os articulando com a Classificação Internacional da Prática de Enfermagem – CIPE® Versão 1.0, por ser o sistema de classificação escolhido para a construção do Banco de Termos da Clínica Médica do HULW/UFPB.

Dessa forma, para construção desse banco de termos, foram utilizados os 611 termos identificados no estudo desenvolvido na Clínica Médica, os quais eram atribuídos a fenômenos e ações de enfermagem, classificados segundo a CIPE® Versão Beta 2 (5,13,14). Com a publicação da CIPE® Versão 1.0, foi necessário à realização de um novo mapeamento cruzado para classificar os termos identificados com os termos constantes no Modelo dos 7 eixos, pois como existiam eixos comuns nas Classificações de Fenômenos e Ações na CIPE® Versão Beta 2, sendo assim, necessário a retirada de termos repetidos. Antes do mapeamento, os 611 termos foram submetidos a um processo de normalização, com a retirada de duplicações, correções ortográficas e uniformizando-os com os termos das seis clínicas do hospital. Desse processo, resultaram 510 termos, que foram inseridos em uma planilha do Excel for Windows. Os 1.658 termos constantes nos 7 eixos da CIPE® Versão 1.0 foram copiados, submetidos à tradução do inglês para o português, utilizando-se o programa L&H Power Translator® Pro Versão 7.0. Após esse processo, os termos foram corrigidos por um professor de inglês e, depois, por docentes do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem –Mestrado da UFPB, experts no assunto. Os termos traduzidos foram inseridos numa planilha do Excel for Windows.

Esses dados foram submetidos a um processo de mapeamento cruzado, o que implicou a ligação dos 510 termos identificados na Clínica Médica com os 1.658 termos constantes nos sete eixos da CIPE® Versão 1.0. Para isso, foi utilizado o Programa Access for Windows, com a importação da planilha do Excel para a construção de tabela de termos identificados na Clínica Médica, a qual foi cruzada com a tabela dos termos da CIPE® Versão 1.0, identificando-se assim, os termos constantes e não constantes nos sete eixos dessa terminologia. Esse processo corresponde ao segundo procedimento do trabalho terminológico, o qual recomenda a organização dos termos dentro de uma árvore terminológica, que, na pesquisa, compreendeu o Modelo de Sete Eixos da CIPE® Versão 1.0.

Após o mapeamento desses 510 termos, observou-se a ocorrência de 212 termos constantes na CIPE® Versão 1.0 e 298 termos não constantes nessa classificação. Para o estabelecimento da árvore de conceitos a serem definidos e para o objeto deste estudo, foram utilizados os termos classificados como constantes e não constantes nos eixos: Foco e Julgamento. Esses dois eixos foram escolhidos, tendo em vista a sua obrigatoriedade para a composição de um diagnóstico de enfermagem.

Seguindo ainda os procedimentos de um trabalho terminológico, a construção de uma árvore de conceitos, neste estudo, foi organizada, a partir da distribuição dos termos selecionados na árvore taxonômica da CIPE® Versão 1.0, nos eixos Foco e Julgamento. Para os termos constantes nesses dois eixos, foram utilizadas as definições teóricas apresentadas na CIPE® Versão 1.0 e para os termos não constantes nessa classificação, foram desenvolvidas as definições teóricas, a partir da consulta em dicionários técnicos e da língua portuguesa e literatura da área de saúde e de enfermagem. Esse processo de definição foi delineado de acordo com as orientações de Pavel e Nolet (12), que abordam a definição terminológica; e a do método de definição da CIPE®.

As definições dos termos constantes e não constantes na CIPE® Versão 1.0 foram submetidas a uma análise, por um grupo de pesquisadoras do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Fundamentação da Assistência de Enfermagem (GEPFAE), visando a obter um consenso das definições. Foi verificado, durante o processo, que algumas definições apresentadas na CIPE® Versão 1.0 não expressavam, com clareza, o seu significado, como Fezes – definido como substância corporal. Foi então, decidido pelo grupo, acrescentar a definição baseada no significado que o termo adquire na prática profissional, tendo em vista que, um dos princípios na hora de redigir uma definição, é que ela deva ser a melhor que se adapta ao perfil dos usuários aos quais se destina o produto terminológico. Observou-se, também, no processo de análise das definições dos termos não constantes, que vários deles continham características de termos constantes e que alguns eram sinônimos absolutos dos termos constantes, sendo então retirados, deixando de serem classificados como termos não constantes. Após esse processo, os termos foram inseridos no Banco de Termos da Clínica Médica do HULW/UFPB, constituindo a última etapa da pesquisa.

 

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Ao discutir sobre a importância de uma documentação acurada de enfermagem, inúmeros motivos podem ser levantados, como: forma de comunicação entre os profissionais de saúde; possibilidade de avaliações dos cuidados de saúde; constituir-se uma evidência legal; contribuição na pesquisa e na formação de outros profissionais; viabilização de acreditação e licenciamento para as instituições; uso no reembolso e para desenvolver melhorias na qualidade dos cuidados e estabelecimento da responsabilidade profissional (15).

Para que essa documentação possa operar no universo da linguagem, ela se apropria das contribuições teóricas e concretas da terminologia, já que a linguagem documentária tem como referência a linguagem do domínio ou área de atividade focalizada e a linguagem do usuário, e, para funcionar como sistema de comunicação é preciso que se estabeleça uma ponte entre elas (16).

Inicialmente, na construção do banco de termos, foi realizado um trabalho estrutural de normalização destes termos, tendo sido retiradas as repetições, feitas correções ortográficas e uniformizando-os com os termos das seis clínicas do hospital. Esse processo de normalização apresentava 611 termos que eram atribuídos a fenômenos e ações de acordo com a CIPE® Versão Beta (5,12,13). Quando retiradas às repetições, e após a uniformização, foram obtidos 510 termos. Essa etapa corresponde ao primeiro procedimento do trabalho terminológico que orienta a identificação e a avaliação da documentação especializada.

No segundo procedimento, delimitação do campo temático de análise terminológica, a literatura recomenda que esses termos sejam organizados mediante um sistema de classificação, que, nesta pesquisa foi representado pelo Modelo de Sete Eixos da CIPE® Versão 1.0. Ainda na delimitação do campo temático da análise terminológica, foi escolhido o método do mapeamento cruzado para que fossem feito o cruzamento dos 510 termos resultantes do processo de normalização, denominados termos da Clínica Médica, com os termos da CIPE® Versão 1.0 em seus sete eixos. Através desse processo, observou-se a ocorrência de 212 termos constantes e 298 termos não constantes nessa classificação. Desses 212 termos constantes, 88 estão no eixo Foco, 8 no eixo Julgamento, 30 no eixo Meios, 36 no eixo Ação, 5 no eixo Tempo, 40 no eixo Localização, 5 no eixo Cliente.

Seguindo as regras de classificação, tendo como foco a árvore terminológica, os 298 termos não constantes foram analisados e, posteriormente, classificados no Modelo de Sete Eixos da CIPE® Versão 1.0. Durante esse processo de análise pontos interessantes foram identificados, como o fato de que vários termos constituíam características de termos constantes na CIPE® Versão 1.0, outros se apresentavam como sinônimos absolutos de alguns termos constantes e alguns termos eram constantes na CIPE® Versão Beta 2.

Foi verificado nesta pesquisa, que entre os termos identificados na Clínica Médica do HULW/UFPB e considerados não constantes na CIPE® Versão 1.0, seis termos representavam características de termos constantes na CIPE®. São eles: Cefaléia, Desconforto, Fastio, Muco, Plenitude gástrica, e Ruídos adventícios. Outro ponto interessante foi a constatação de que 17 termos não constantes na CIPE® Versão 1.0 são sinônimos absolutos de termos constantes nos eixos Foco (Evacuação), Ação (Anotar, Andar, Coletar, Encaminhar, Introduzir, Mensurar, Proporcionar, Requerer), Localização (Bloco cirúrgico, Casa, Dorso) e Meios (Enteróclise, Internação, Procedimento cirúrgico, Sonda enteral, Tubo de drenagem). Retirados os 23 termos que foram considerados características específicas (6) e sinônimos absolutos (17), dos 298 termos identificados como não constantes restaram 275. Classificando esses termos no Modelo de Sete Eixos da CIPE® Versão 1.0, levando em consideração o significado de cada eixo, chegou-se ao seguinte resultado: 86 no eixo Foco, 28 no eixo Julgamento, 52 no eixo Meios, 41 no eixo Ação, 01 termo no eixo Tempo, 60 no eixo Localização, e 07 no eixo Cliente.

Construção da Árvore Conceitual da Clínica Médica

A partir da seleção dos termos dos Eixos Foco e Julgamento, segue-se a fase da construção da árvore conceitual da Clínica Médica, que, nesta pesquisa, foi organizada a partir das árvores taxonômicas da CIPE® Versão 1.0 nos Eixos Foco e Julgamento.

Os termos pertencentes ao Eixo Foco da Clínica Médica, quando relacionados com a Árvore Taxonômica da CIPE® Versão 1.0 no Eixo Foco, foram organizados dentro de três grandes blocos de conceitos: ENTIDADE, PROCESSO e STATUS, com suas respectivas subdivisões, dando origem à Árvore conceitual da Clínica Médica no Eixo Foco, como é descrito na Figura 1, a seguir.

figura1

Vale ressaltar que foi muito difícil organizar os termos identificados na Clínica Médica dentro dos principais conceitos da Árvore Taxonômica do Eixo Foco, por muito motivos, dentre eles pode-se citar: a falta de uma explicação por parte do ICN de quais foram às bases teórico-filosóficas utilizadas para classificar os termos e montar as árvores taxonômicas de cada eixo; a falta de coerência lógica entre os termos ENTIDADE, PROCESSO e STATUS, que são definidos pelo ICN (17), como sendo: ENTIDADE “[...] algo que existe como uma unidade particular e abstrata; existência de algo para além das suas propriedades”; PROCESSO como o “[...] conjunto de funções ou ações para atingir um resultado” (17); e STATUS como a “[...] condição da pessoa relativamente a outras, posição relativa de uma pessoa” (17).

Quando analisados cada um desses conceitos de uma forma isolada, percebe-se, por exemplo, que os termos vinculados ao conceito Entidade são definidos como Entidades, ferindo um dos princípios utilizados pelo ICN (17), desde a Versão Alfa, de que as definições não podem ser circular. Deste modo como podemos distinguir os termos Sistema corporal, Substância corporal, Organismo, Resultado, Estrutura psicossocial e Estrutura ambiental se todos são definidos como Entidades? Esses fatos e outros identificados durante a realização do estudo nos levam a acreditar que existe problemas na CIPE® Versão 1.0, que precisam ser mais estudados a fim de que se possa ter um sistema de classificação mais coerente com a prática de enfermagem.

Os termos da Clínica Médica pertencentes ao Eixo Julgamento, quando relacionados com a Árvore Taxonômica da CIPE® Versão 1.0 no Eixo Julgamento, foram organizados dentro de dois grandes blocos de conceitos: JULGAMENTO POSITIVO ou NEGATIVO definido como “[...] julgar positiva ou negativamente” e ESTADO como sendo “Julgamento” (17), com suas respectivas subdivisões, dando origem à Árvore Conceitual dos termos da Clínica Médica no Eixo Julgamento, como é descrito na Figura 2 a seguir.

figura2

Os mesmos motivos verificados na organização dos termos identificados na Clínica Médica dentro dos principais conceitos da Árvore Taxonômica do Eixo Foco foram identificados no Eixo Julgamento. Entre eles pode-se citar o fato de o ICN considerar os termos Melhorado e Comprometido como sendo ambos um tipo de Julgamento Positivo ou Negativo. Quando se buscou o significado do que seja cada um desses termos, temos que Melhorado é um julgamento positivo, enquanto que comprometido é sem dúvida um julgamento negativo. Este fato está muito confuso na CIPE® Versão 1.0 e dá margem para interpretações diversas, o que nos leva a inferir que essa arrumação taxonômica precisa ser mais estudada, a fim de que se possa retratar com mais segurança a prática de enfermagem.

Definição dos termos

Com a árvore temática organizada, segue-se a fase da definição dos termos, que, nesta pesquisa, foi organizada de acordo com algumas das orientações do trabalho terminológico (12), que recomenda: a seleção de características distintivas que permitam identificar o conceito; o tipo de definição que melhor se adapte ao perfil dos usuários aos quais se destina o produto terminológico; validação das definições, nas áreas científicas, mediante as citações apresentadas em obras de fontes fidedignas.

Como na CIPE® Versão 1.0 não consta os critérios para definição dos termos, consideramos que ela continua a utilizar o método de definição por classe e diferença, estabelecido pelo ICN, desde a sua primeira versão em 1996. Este método define um conceito especificando a classe principal de objetos à qual ele pertence e as características que o distinguem de todos os outros membros da classe, situando os termos em ordem crescente, ou seja, a classe como termo superior e a espécie como termo inferior, subordinado (18). Essa forma de organização demonstra que existe relação genérica entre os conceitos, pois o subordinado tem todas as características do conceito de ordem superior e, pelo menos, uma característica diferenciadora.

O significado do termo é dado pela definição e pela sua posição na estrutura arquitetônica da classificação, sendo necessário, para a descrição completa de um conceito, o reconhecimento de todas as características dos níveis pertinentes de abstração superior, sendo essas características representadas por observações empíricas, diretamente observadas, e inferências mentais indiretamente observadas, que, dessa forma, são constituídas tanto pelos sinais objetivos que são observados e inferidos pelas enfermeiras, como pelos sintomas subjetivos que são verbalizados pelo cliente e interpretados pelas enfermeiras (18).

Para a construção das definições, nesta pesquisa, também foram considerados alguns princípios de definição terminológica (12), como previsibilidade, simplicidade, enunciado afirmativo, não circularidade e ausência de tautologia que, em sua maioria, são comuns às regras de classificação para a construção de definições da CIPE® (18). Essas regras são: a definição deve ter sentido; não deve ser circular; não deve ser tão ampla que permita que a palavra que se define se aplique a mais objetos do que os devidos e nem tão restrita que exclua aplicações legítimas da palavra; deve expor os atributos essenciais dos conceitos subjacentes à palavra; deve evitar linguagem ambígua ou obscura; deve ser literal (não ser figurativa, metafórica ou irônica); deve expressar-se em uma frase positiva e ser neutra, não valorativa.

Para o objeto deste estudo, foram escolhidos os termos dos Eixos Foco e Julgamento, tendo em vista a sua obrigatoriedade para a composição de um diagnóstico de enfermagem, segundo a CIPE® Versão 1.0. Para os termos constantes nesses dois eixos foram utilizadas as definições conceituais apresentadas na CIPE® Versão 1.0, sendo acrescentada a definição baseada na literatura a alguns termos que não apresentavam definição ou clareza no seu enunciado.

Das 88 definições dos termos constantes na CIPE® Versão 1.0, observou-se que 71 alcançaram o consenso do grupo de pesquisadoras do GEPFAE. As 17 relacionadas com os termos Eliminação urinária, Fezes, Hábito alimentar, Hábito de repouso, Hábito de sono, Higienizar-se, Hiperglicemia, Hipoglicemia, Inflamação, Lesão, Movimento, Peso, Ritmo cardíaco, Sangue, Sinal Vital, Temperatura e Urina não traziam clareza em seu enunciado, sendo decidido, pelo Grupo, acrescentar a definição baseado no significado que o termo adquire na prática profissional, para melhor compreensão do significado do termo, uma vez que esses termos são de grande representatividade na prática de enfermagem da Clínica Médica.

O termo Eliminação urinária é atribuído a uma das funções essenciais do corpo humano, exigindo das enfermeiras uma adequada compreensão da estrutura e função do sistema urinário, para que as mesmas possam intervir na promoção de uma eliminação urinária normal e na prevenção de complicações urinárias. Por sua relevância, foi decidido defini-lo como passagem excreção de urina, através do esvaziamento da bexiga, normalmente 4-6 vezes durante o dia, com uma quantidade média excretada sob condições dietéticas normais de aproximadamente 1.000 a 2.000 ml nas 24 horas.

Para o termo Fezes, a CIPE® Versão 1.0 o define apenas como substância corporal, e, na Clínica Médica, esse termo é um elemento de investigação diariamente observado nos pacientes pela Enfermagem, tanto para avaliação das funções de eliminação, como para preparo e coleta de exames. Por esse motivo, o Grupo o definiu como Excremento do trato digestivo que se forma no intestino, constituído de água, resíduos alimentares, bactérias e secreções intestinais e hepáticas que é eliminado durante a defecação.

O Hábito alimentar refere-se a uma das necessidades humanas, sendo avaliado no cliente tanto na admissão como diariamente, quanto a aceitação, preferências e restrições. É um aspecto que recebe atenção de toda a equipe de saúde, pois é através de uma adequada ingestão de nutrientes que o corpo constrói e mantém os tecidos corporais, como também fornece energia e regula os processos corporais. Dessa forma, foi mais bem definido como Maneira habitual de alimentar-se, que inclui a aceitação, preferências e restrições.

Os termos Hábito de repouso e Hábito de sono costumam ser avaliados conjuntamente na admissão e evolução diária, com o objetivo de se verificar se o sono e repouso são considerados satisfatórios ou não satisfatórios pelo paciente, anotando-se as diferenças observadas, em casa e no hospital. Os termos sono e repouso também compreendem uma das necessidades humanas e, por terem tão forte significado na prática de enfermagem, decidiu-se esclarecê-los, definindo-os como maneira habitual de repousar-se e dormir, que inclui a quantidade, qualidade, período do dia e duração do evento, respectivamente.

Higienizar-se é um termo do autocuidado, o qual a Enfermagem tem como meta da assistência, compreendendo assim as ações de cuidar-se para manter um padrão contínuo de higiene, manter o corpo limpo e bem arrumado, sem odores corporais, lavar regularmente as mãos, limpar os ouvidos, nariz e áreas perineais, manter a pele suave utilizando princípios para preservar e manter a limpeza.

Os termos Hiperglicemia e Hipoglicemia são termos essenciais que devem ser conhecidos na assistência a pacientes diabéticos, para que a Enfermagem possa agir com presteza e habilidade em relação aos indivíduos por eles acometidos. Dessa forma, eles precisam ser bastante precisos e claros, razões pelo qual o grupo sugeriu como: Desequilíbrio de líquido ou eletrólito, caracterizado por níveis elevados de glicose sérica (>7,05 mml/litro (ou 1,27 g/litro) em jejum e Desequilíbrio de líquido ou eletrólito, caracterizado por níveis reduzidos de glicose sérica (<2,78 mml/litro ou 0,50 g/litro) em jejum, respectivamente.

A Inflamação é uma ocorrência bastante freqüente em pacientes de Clínica Médica, tanto em pacientes crônicos como nos portadores de alguma lesão na pele, merecendo uma atenção e avaliação rigorosa, com o objetivo, tanto de prevenir, como de intervir no processo. Portanto, para que a Enfermagem esteja atenta a esse evento, é preciso que ela tenha segurança na sua tomada de decisão, razão pela qual foi considerada pelo grupo e melhor definida como Processo patológico desencadeado por reação à lesão celular, caracterizado por alterações vasculares, histológicas e humorais, causando dor, rubor e calor.

O termo Lesão, geralmente atribuído a alterações cutâneas, é um dos focos de atenção na avaliação de pele e mucosas, apresentando um importante recurso diagnóstico, por suas diversas características. Neste aspecto de pele, as lesões podem ser classificadas como primárias, secundárias e mistas. Sua definição então seria mais adequada como uma anormalidade na estrutura da pele que resulta de ferimento ou doença.

O termo Movimento é um dos aspectos importantes no exame do aparelho locomotor, fornecendo dados sobre o grau de mobilidade, sensibilidade e força motora, recebendo, então, melhor definição como processo do sistema musculoesquelético descrito pela ação de mover-se ou deslocar-se.

O termo Peso é um indicador bastante preciso e utilizado por toda a equipe de saúde na Clínica Médica, servindo de parâmetro para cálculo de dietas, avaliação nutricional, cálculo de dosagens medicamentosas, resultados de exames, avaliação médica, e demais utilidades, ficando o termo definido como Dimensão física obtida através da mensuração da quantidade de massa corporal de um indivíduo.

O Ritmo cardíaco é um dos componentes de grande importância na avaliação cardiológica, tanto na admissão durante o exame físico, como no acompanhamento de pacientes cardiopatas, e até mesmo em situações de parada cardiorrespiratória. Por tudo isso as enfermeiras precisam estar capacitadas para identificarem o tipo de ritmo, que melhor foi definido como Ritmo caracterizado pela sucessão dos batimentos cardíacos, tendo como valor normal no adulto de 60 a 80bpm, podendo ser rítmico ou regular e arrítmico ou irregular.

O termo Sangue é também um elemento fundamental na investigação diagnóstica e também sinal de alerta, em várias situações clínicas, como a hemorragia. É um componente vital, que foi definido como Substância corporal caracterizada como tecido circulante do organismo, constituído de um líquido amarelo claro chamado de plasma, no qual estão suspensas as células vermelhas (eritrócitos), brancas (leucócitos) e plaquetas.

Sinal Vital é o termo que representa os parâmetros gerais do paciente, sendo sua verificação parte da rotina da Enfermagem, servindo de base para avaliação clínica do paciente e para resposta medicamentosa, como também para finalidade diagnóstica. Consiste na base de avaliação das funções do paciente, devendo a enfermeira ter em mente os valores normais de cada um, a fim de detectar qualquer alteração, que se constituem das medidas de temperatura, pulso, freqüência respiratória e pressão sanguínea. A Temperatura é um importante componente dos sinais vitais, sendo indicativo de infecções. Sua verificação constitui uma das atividades de enfermagem mais freqüentes na Clínica Médica. Dessa forma, o grupo a definiu melhor como Dimensão física que caracteriza, de modo objetivo, a sensação subjetiva de calor ou de frio produzida pelo contato com um objeto. A medida dessa grandeza, por meio de um termômetro, fornece indicações sobre as condições fisiológicas normais ou anormais de um organismo homeotérmico.

A Urina também é um elemento de investigação observada diariamente nos pacientes, tanto pela Enfermagem como pelos outros profissionais de saúde, tendo sua importância relacionada com a avaliação da função renal, sendo observados volume e coloração, para fins laboratoriais. Por isso, esse termo deve ter clara definição como a descrita pelo grupo como, Substância corporal de coloração amarelo citrino, segregada pelos rins, coletada pela bexiga e excretada pela uretra.

No que diz respeito às definições dos termos constantes no eixo Julgamento foram seguidos os mesmos critérios das definições identificadas no eixo Foco. Das oito definições dos termos constantes no eixo Julgamento na CIPE® Versão 1.0, apresentadas no quadro abaixo, observou-se que seis alcançaram o consenso do grupo de pesquisadoras do GEPFAE. As duas definições relacionadas com os termos Parcial e Total não traziam clareza em seu enunciado, sendo decidido também, acrescentar a definição baseado no significado que o termo adquire na prática profissional, para melhor compreensão do significado do termo, uma vez que eles são de grande representatividade na prática de enfermagem da Clínica Médica.

Os termos atribuídos ao eixo julgamento apresentam uma grande importância no julgamento clínico de um fenômeno de enfermagem, pois é através de seu uso que se classifica o grau de comprometimento ou efetividade do que está ocorrendo. Por isso, o termo Parcial foi definido como Estado de julgamento que não abrange o todo e o termo Total como Estado de julgamento que constitui ou abrange um todo; completo, inteiro.

Para os termos não constantes na CIPE® Versão 1.0, foram desenvolvidas as definições teóricas, tendo por base dicionários técnicos e da língua portuguesa, e a literatura da área da saúde e da Enfermagem, obedecendo aos critérios exigidos pela definição terminológica, como concisão, qualidade e originalidade (12).

Para a elaboração das definições dos termos não constantes referentes ao Eixo Foco foram constatadas várias dificuldades em relação a obter clareza e objetividade das definições, que em sua maioria não expressavam o contexto da Enfermagem na Clínica Médica, como também, dificuldades em encontrar vários destes termos na literatura da área de saúde e de enfermagem.

Da mesma forma que encontramos dificuldades em definir os termos não constantes relativos ao Eixo Foco, muito mais complexo foi definir os termos referentes ao Eixo julgamento, tendo em vista que eles devem exprimir uma qualidade ou grau de funcionalidade de algum fenômeno, e isoladamente não apresentam os significados correspondentes na literatura. Essas definições foram reformuladas de maneira uniforme, por um grupo de pesquisadoras do GEPFAE, de forma a melhor representá-las dentro do contexto da Enfermagem, na Clínica Médica. O resultado desse processo de definição dos termos constitui o último passo na construção do banco de termos da Clínica Médica, apresentado a seguir (termos em itálico representam os termos não constantes na CIPE® Versão 1.0).

tabela

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prática da Enfermagem, inserida no crescente movimento de cientificação da profissão, vem, cada vez mais, ressaltando a preocupação com os registros e a conscientização da importância de se documentar a assistência de enfermagem, considerando que a informação é o elemento fundamental para se organizar um modelo de assistência estruturado. Nesse contexto da informação, é destacado o importante papel da terminologia, que traz consideráveis melhoras para a documentação da prática, através de sua metodologia na padronização da linguagem.

Esses aspectos vêm sendo considerados, na Enfermagem, e têm-se evidenciado através dos diversos sistemas de classificação da prática da Enfermagem, entre eles tem sido destacada a CIPE® Versão 1.0. Apesar dessa versão apresentar grandes mudanças em sua estrutura e trazer novas perspectivas de abordagens, a sua implementação na prática profissional, ainda apresenta diversas dificuldades decorrentes de fatores econômicos vivenciados pelas Instituições de Saúde na Região Nordeste, uma vez que, para sua efetiva operacionalização, requer instrumental computacional, maior quantidade de profissionais, entre outros fatores. Portanto, ao se lidar com aspectos referentes às tecnologias como a CIPE®, precisa-se de uma forte dose de persistência e ousadia, que, nesta pesquisa, foi representada pela experiência de construção de um Banco de Termos para a Clínica Médica.

Esse produto terminológico, o banco de termos, não só será importante pelo fato de os componentes da Enfermagem reconhecer sua própria linguagem da prática profissional, mas, principalmente, por constituir um instrumento terminológico para solucionar problemas de informação e comunicação, o que possibilitará importantes contribuições para o Projeto de Sistematização da Assistência de Enfermagem do HULW/UFPB. Outro ponto observado foi à constatação de que, dos 210 termos que compuseram o Banco de Termos da Clínica Médica, foi constatado que 96 termos eram constantes na CIPE® Versão 1.0, o que evidencia a utilização de termos de sistemas de classificação na prática de enfermagem e 114 termos eram não constantes, evidenciando-se a necessidade da continuação da pesquisa, visando à validação de termos não constantes na CIPE®, para sua posterior inclusão nesse sistema de classificação.

As implicações desta pesquisa podem ser visualizadas na assistência de enfermagem, pela utilização do Banco de Termos na operacionalização da SAE na Clínica Médica; na pesquisa, através de estudos de validação dos termos do Banco e não constantes na CIPE®, estudos de construção de uma nomenclatura diagnóstica de enfermagem da Clínica Médica, construção de software para informatização da SAE, e no ensino, através da possibilidade de aplicação prática dos termos do banco por alunos da Graduação, durante os estágios práticos, nas atividades da SAE, na Clínica Médica do HULW/UFPB.

 

REFERÊNCIAS

1. Krieger MG, Finatto MJB. Introdução à Terminologia: teoria & prática. São Paulo (SP): Contexto, 2004.

2. Nóbrega MML, Gutiérrez MGR. Equivalência Semântica da Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa. João Pessoa (PB): Idéia, 2000. 108p.

3. Nóbrega MML, Garcia TR. Terminologias em Enfermagem: Desenvolvimento e perspectivas de incorporação na prática profissional. In: Albuquerque LM, Cubas MR. Cipescando em Curitiba: construção e implementação da nomenclatura de diagnósticos e intervenções de enfermagem na rede básica de saúde. Curitiba (PR): ABEn, 2005.

4. Garcia TR, Nóbrega MML, Carvalho EC. Nursing process: aplication to the professional practice. Online Brazilian Journal of Nursing [serial on line], 2004 [cited 15 out 2006]; 3(2):1-8. Available from: URL: http://www.uff.br/nepae/objn302garciaetal.htm

5. Nóbrega MML, Garcia TR, Araruna JF, Nunes WCAN, Dias GKG, Beserra PJF. Mapeamento de termos atribuídos aos fenômenos de enfermagem nos registros dos componentes da equipe de enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line], 2003 [cited 11 out 2006]; 5(2):33-44. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/revista5_2/mapa.html

6. Beserra PJF, Bittencourt GKGD, Nóbrega MML, Garcia TR. Ações de enfermagem identificados na linguagem dos componentes da equipe de enfermagem da Clínica Médica de um hospital-escola. Rev. RENE. 2004 jul./dez.; 5(2):41-48.

7. Bittencourt GKGD, Beserra PJF, Nóbrega MML, Garcia TR. Fenômenos identificados nos registros de enfermagem da Clínica Médica de um Hospital de ensino. Revista Nursing 2005 set.; 88(8):432-436.

8. Bittencourt GK, Nóbrega MM. Confirmação de significado para a prática profissional de termos atribuídos a ações de enfermagem: estudo descritivo. Online Brazilian Journal of Nursing [serial on line], 2006 [cited 08 jan 2007]; 5(3):1-8. Available from: URL: http://www.uff.br/nepae/objn302garciaetal.htm

9. Trigueiro EV, Lima MC, Araújo RTM, Nóbrega MML, Garcia TR. Definições teóricas de termos atribuídos a fenômenos de enfermagem identificados em prontuários clínicos de um hospital escola. Online Brazilian Journal of Nursing [serial on line], 2007 20 jan [cited 04 fev 2007]; 6(0):1-8. Available from: URL: http://www.uff.br/objnursing/index.php/nursing/article/view/630/148.htm

10. Albuquerque CC, Nóbrega MML, Garcia TR. Termos da linguagem de enfermagem identificados em registros de um UTI neonatal. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line], 2006 [cited 10 jan 2007]; 8(3):336-348. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a04.htm

11. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP. Resolução n.196/96 sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília (DF), 1996.

12. Pavel S; Nolet D. Manual de Terminologia. Canadá: Public Words and Government Services, 2001. 166p.

13. Beserra PJF. Significado e utilidade para a prática profissional de termos atribuídos a fenômenos de enfermagem. [dissertação]. João Pessoa (PB): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/UFPB; 2006.

14. Bittencourt GKGD. Significado e utilidade para a prática profissional de termos atribuídos a ações de enfermagem. [dissertação]. João Pessoa (PB): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/UFPB; 2006.

15. Azevedo MF, Figueiredo JEF. Documentação. Série Incrivelmente Fácil. 2 ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan, 2004.

16. Lara MLG. Elementos de terminologia. São Paulo (SP): ECA-USP, 2005. (Material didático).

17. Conselho Internacional de Enfermeiros. CIPE® Versão 1.0. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. Lisboa (PT): APE, 2005. /Traduzido e publicado com autorização do Conselho Internacional de Enfermeiros, Genebra, Suíça, 2005.

18. Nóbrega MML. Equivalência semântica e análise da utilização na prática dos fenômenos de enfermagem da CIPE – Versão Alfa. [doutorado]. São Paulo (SP): Departamento de Enfermagem/UNIFESP, 2000.

 

 

Artigo recebido em 05.02.07

Aprovado para publicação em 10.12.07

 

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