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Bragantia - O DIÂMETRO DOS TUBOS CRIVADOS E A PRODUÇÃO DE BORRACHA EM CLONES DE SERINGUEIRA

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vol.57 issue1ASPECTOS ESTRUTURAIS DE RAÍZES DE CANA-DE-AÇÚCAR SOB O EFEITO DA COMPACTAÇÃO DO SOLOMELHORAMENTO GENÉTICO DO TRIGO: XXXII. AVALIAÇÃO DE NOVOS GENÓTIPOS DERIVADOS DO 'IAC 24' QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E À QUALIDADE TECNOLÓGICA author indexsubject indexarticles search
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Bragantia

On-line version ISSN 1678-4499

Bragantia vol. 57 n. 1 Campinas  1998

http://dx.doi.org/10.1590/S0006-87051998000100008 

NOTA

 

O DIÂMETRO DOS TUBOS CRIVADOS E A PRODUÇÃO DE BORRACHA EM CLONES DE SERINGUEIRA(1)

 

ANISIO AZZINI (2,4), PAULO DE SOUZA GONÇALVES (3,4) e ROSE MARRY ARAÚJO GONDIM-TOMAZ (2)

 

 

RESUMO

Determinou-se o diâmetro dos tubos crivados em 15 clones de seringueira [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Müell. Arg.], representando material de alta (IAN 873, IAC 41, RRIM 600, PR 107, IAN 717, IAC 54 e IAC 15) e de baixa (IAC 53, IAC 39, IAC 59, IAC 51, IAC 16, IAC 22, IAC 19 e IAC 9) produção de borracha. Os resultados mostraram que houve correlação significativa (R2 = 0,825) entre o diâmetro dos tubos crivados e a produção de borracha (y = 0,1961x2 - 14,77x + 281,7).

Termos de indexação: Hevea brasiliensis, tubos crivados, produção de borracha.

 

ABSTRACT

SIEVE TUBES DIAMETER AND THE RUBBER PRODUCTION IN RUBBER TREE CLONES

Sieve tubes diameters of 15 rubber trees clones, eleven years old [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Müell. Arg.] accounting for plant materials with high (IAN 873, IAC 41, RRIM 600, PR 107, IAN 717, IAC 57 and IAC 15) and low (IAC 53, IAC 39, IAC 59, IAC 51, IAC 16, IAC 22, IAC 19 and IAC 9) rubber productions were determined. Results have shown significant correlation (R2 = 0.825) between sieve tubes diameter and rubber production (y = 0.1961x2 - 14.77x + 281.7)

Index terms: Hevea brasiliensis, sieve tubes, rubber production.

 

 

A casca é o principal componente do tronco da seringueira [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Müell. Arg.], responsável pela produção de látex, transporte e armazenamento de assimilados produzidos na folha. Além dos vasos laticíferos, acham-se na casca, próximo ao câmbio, os tubos crivados, as células parenquimatosas e os raios medulares. Dados da literatura (Bobilioff, 1923; Dijkman, 1951) sugerem a existência de uma relação positiva entre o diâmetro dos tubos crivados e a produção de látex. De acordo com Gunnery (1935), clones de seringueira com elevada produção de borracha apresentaram tubos crivados com diâmetro acima de 40 m. No presente estudo, determinou-se o diâmetro dos tubos crivados e uma possível correlação entre essa característica anatômica e a produção de borracha.

 

MATERIAL E MÉTODOS

Foram estudados 15 clones de seringueira, representando material genético tido como de alta (IAN 873, IAC 41, RRIM 600, PR 107, IAN 717, IAC 54 e IAC 15) e de baixa (IAC 53, IAC 39, IAC 59, IAC 51, IAC 16, IAC 22, IAC 19 e IAC 9) produção de borracha, provenientes de experimentos de avaliação de clones na Estação Experimental de Jaú, do Instituto Agronômico (IAC). Para cada clone, foram amostradas seis árvores com onze anos de idade, num total de noventa plantas.

Efetuou-se a amostragem em cada árvore a uma altura de 1,0 metro acima do nível do solo, retirando-se, com auxílio de um vazador, três amostras de casca virgem. Para a liberação e individualização dos tubos crivados, as amostras de casca foram deslignificadas em solução altamente oxidante, composta de ácido acético glacial (50%), água oxigenada a 130 volumes (40%) e água destilada (10%). Esse tratamento foi realizado em banho-maria à temperatura de 70oC até completa deslignificação, quando as amostras se tornaram completamente amolecidas e brancas. O diâmetro dos tubos crivados foi determinado em microscópio ótico, provido de ocular com escala e filamento móvel. Para cada árvore, foram dimensionados 40 tubos crivados, num total de 3.840 determinações. A produção de borracha em cada clone havia sido determinada por Gonçalves et al. (1994).

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios obtidos para o diâmetro dos tubos crivados e a produção de borracha em clones de seringueira considerados de alta e de baixa produção, são apresentados no Quadro 1. Esses dados mostram que houve diferenças significativas nos valores obtidos, tanto para o diâmetro dos tubos crivados como para a produção de borracha. O maior diâmetro médio (48,715 m) foi observado nos clones de maior produção (34,142 g/corte/planta). Nos clones de baixa produção (4,242 g/corte/planta), o diâmetro médio foi menor (39,803 m). Esses resultados coincidem com os de Gunnery (1935) e Fernando & Tambiah (1970), os quais observaram que os clones mais produtivos apresentaram tubos crivados com maior diâmetro.

 

57n1a1ht1.GIF (11125 bytes)

 

Considerando-se os clones de alta e de baixa produção em conjunto (Quadro 2), observa-se que o maior diâmetro médio dos tubos crivados (52,17 m) não correspondeu à maior produção de borracha (51,65 g/corte/planta); entretanto, as maiores produções foram obtidas a partir de clones com tubos crivados com maior diâmetro. A análise estatística desses dados mostrou que os valores médios para o diâmetro dos tubos crivados (36,41 a 52,17 m) e a produção de borracha (1,07 a 51,65 g/corte/planta) estão correlacionados significativamente, de acordo com a equação y = 0,1961x2 - 14,77x + 281,7, representada, graficamente, na Figura 1. Com essa equação, pode-se avaliar o nível de produção de borracha de um clone, conhecendo-se o diâmetro médio de seus tubos crivados.

 

57n1a1ht2.GIF (24763 bytes)

 

 

57n1a1hf1.GIF (4696 bytes)

Figura 1. Representação da correlação entre o diâmetro dos tubos crivados e a produção de borracha em clones de seringueira.

 

 

CONCLUSÕES

1. Nos clones de seringueira estudados, o diâmetro dos tubos crivados e a produção de borracha correlacionaram-se significativamente (R2 = 0,825) de forma quadrática, através da seguinte equação:

y = 0,9161x2 - 14,77x + 281,7.

2. Estudos complementares deverão ter continuidade, visando estabelecer um procedimento para pré-selecionar "seedlings" de seringueira com maior potencial produtivo.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOBILIOFF, W. Anatomy and physiology of Hevea brasi-liensis. Part I. Anatomy of Hevea brasiliensis. Zürich, Switzerland, Art. Institut Orell Fussli, 1923. 123 p.         [ Links ]

DIJKMAN, M.J. Hevea, thirty years of research in the far east. Coral Gables, Florida, University of Miami Press, 1951. 329p.         [ Links ]

FERNANDO, D.M. & TAMBIAH, M.S. Sieve tubes diameters and yields in Hevea spp. A preliminary study. Quarterly Journal of the Rubber Research Institute of Ceylon, Colombo, 46:88-92, 1970.         [ Links ]

GONÇALVES, P. de S.; CARDOSO, M.; CAMPANA, M.P.; FURTADO, E.L. & TANZINI, M.R. Desempenho de novos clones de seringueira da série IAC II. Seleções promissoras para a região do Planalto do Estado de São Paulo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, 29(8):1215-1224, 1994.         [ Links ]

GUNNERY, H. Yield prediction in Hevea: a study of sieve tube structure in relation to latex yield. Journal of the Rubber Research Institute of Malaya, Kuala Lumpur, 6:8-15, 1935.         [ Links ]

 

(1) Recebido para publicação em 9 outubro de 1997 e aceito em 30 de março de 1998.

(2) Centro de Algodão e Plantas Fibrosas, Instituto Agronômico (IAC), Caixa Postal 28, 13001-970 Campinas (SP).

(3) Programa Seringueira da Divisão de Agronomia, IAC.

(4) Com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq.