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Jornal de Pneumologia - Chronic larynx lesions by tracheal intubation

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vol.27 issue2Antimicrobial susceptibility of bacteria isolated from the lower respiratory tract of inpatients with pneumonia in Brazilian hospitals: results from the SENTRY surveillance program, 1997 and 1998Prevalence of mycobacterium tuberculosis infection among medical students of Federal University of Rio de Janeiro author indexsubject indexarticles search
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Jornal de Pneumologia

Print version ISSN 0102-3586

J. Pneumologia vol.27 no.2 São Paulo Mar./apr. 2001

http://dx.doi.org/10.1590/S0102-35862001000200003 

ARTIGO ORIGINAL

 


Lesões crônicas da laringe pela intubação traqueal*

MARLOS DE SOUZA COELHO1, WILSON DE SOUZA STORI JUNIOR2

 

 

Introdução: Várias complicações, muitas vezes graves, têm sido relacionadas com a intubação traqueal (IT), com incidência chegando a 18%. Objetivos: Analisar as alterações da laringe provocadas pela IT: o desenvolvimento de estenose e de granuloma na laringe e a evolução da voz. Pacientes e métodos: Foram estudados prospectivamente 73 pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Cajuru, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, na região Sul do Brasil, submetidos a IT por cinco dias consecutivos e com previsão de necessidade de IT por mais sete dias, que foram traqueostomizados no sexto dia de IT. Foi realizada fibrolaringotraqueobroncoscopia (FLTB) nos 6º, 14º, 21º, 28º, 60º, 90º e no 180º dias após a IT. Resultados: No 180º dia do estudo havia 30 pacientes sobreviventes: 18 apresentavam voz normal, nove não puderam ser avaliados e três apresentavam disfonia. Em oito pacientes foram observados granulomas na laringe, sendo que cinco foram curados espontaneamente, dois foram ressecados e um permaneceu no 180º dia do estudo. Apenas um paciente apresentou estenose de laringe. Conclusões: Devido ao menor tempo de exposição da laringe ao trauma da cânula orotraqueal, a realização da traqueostomia no 6º dia da IT parece causar poucas complicações. (J Pneumol 2001;27(2):68-76)


Chronic larynx lesions by tracheal intubation

Several complications, often very severe, have been associated with tracheal intubation (TI). Incidence reaches up to 18%. Objectives: To analyze larynx lesions caused by TI; the development of stenosis and granuloma in the larynx, and voice evolution. Patients and methods: This study analyzed prospectively 73 patients in the Intensive Care Unit of the Hospital Cajuru ¾ Pontifical Catholic University of Paraná, southern Brazil. For five consecutive days, patients were submitted to TI, foreseen to be necessary for seven additional days. They were submitted to tracheostomy on the sixth day post-TI. Fibrolaryngotracheobronchoscopy was performed on the 6th, 14th, 21st, 28th, 60th, 90th,and 180th days post-intubation. Results: By the 180th day, 30 patients had survived: 18 (60%) patients showed normal voice; 9 (30%) could not be evaluated; and 3 (10%) presented dysphonia. Eight patients presented granulomas in the larynx ¾ 5 of them were spontaneously cured, 2 (25.0%) were resected, and 1 remained after the 180th day. Stenosis in the larynx was detected in only 1 patient. Conclusions: Thanks to the shorter time of exposure of the larynx to the trauma caused by the orotracheal cannula, the performance of tracheostomy on the sixth day seems to cause few complications.


 Descritores ¾ Intubação intratraqueal. Traqueostomia. Estenose traqueal. Laringostenose. Granuloma laríngeo.
Key words ¾ Intratracheal intubation. Tracheostomy. Tracheal stenosis. Laryngostenosis. Laryngeal granuloma.
 Siglas e abreviaturas utilizadas neste trabalho
IT ¾ Intubação traqueal
FLTB ¾ Fibrolaringotraqueobroncoscopia
TRDL ¾ Tempo de resolução do dano laríngeo
PVD ¾ Prega vocal direita
PVE ¾ Prega vocal esquerda
CP ¾ Comissura posterior
HD ¾ Hemilaringe direita
TIT ¾ Tempo de intubação traqueal
UTI ¾ Unidade de terapia intensiva
UTC ¾ Unidade de terapia coronariana
PVC ¾ Pressão venosa central
NO ¾ Normal
N ¾ Neurológico
T ¾ Traqueostomia

 

 

INTRODUÇÃO

Várias complicações, muitas vezes graves, têm sido relacionadas a IT, com incidência global variando de 0% a 18%(1,2).

Os pacientes vítimas de politraumatismo, traumatismo craniencefálico, acidente vascular encefálico, intoxicação exógena aguda, em pós-operatório de cirurgia de grande porte e em outros estados que necessitem de IT, têm, muitas vezes, suas lesões agravadas pelo desenvolvimento de estenose da laringe, principalmente nas crianças.

A estenose da laringe, entidade complexa, exige cuidados que podem envolver endoscopias múltiplas, dilatações endoscópicas, ressecções endoscópicas, criocirurgia, ressecções a laser, traqueostomia, laringoplastia, molde intralaríngeo, enxerto de cartilagem e ressecções cricotraqueais, com o tratamento se estendendo por meses ou anos, necessitando, às vezes, até a traqueostomia definitiva(3-7).

Lindholm(8), em estudo prospectivo, encontrou índice de 63% de lesões agudas da laringe em pacientes submetidos a IT e que foram reversíveis em 30 dias. Observou 0,5% de estenose da laringe nos pacientes adultos e 6,7% nas crianças, sendo que 80% dos adultos e 33% das crianças permaneceram intubados por menos de 36 horas.

Stauffer et al.(9), em estudo prospectivo de 150 pacientes com intubação traqueal e traqueostomia, encontraram, em 95%, lesões da laringe na autópsia e 7,4% de estenose subglótica em longo prazo.

Kastanos et al.(10) descreveram incidência de 42% de granulomas de laringe, porém nenhum caso de estenose da laringe.

Whited(11) observou 2% de estenose da laringe em pacientes com IT entre três e cinco dias; 5% de estenose da laringe com IT entre seis e dez dias; e 14% de estenose da laringe nos pacientes com IT acima de dez dias.

Grundfast et al.(12) observaram 2% de estenose subglótica em 195 pacientes neonatos intubados acima de 48 horas.

Portanto, mesmo em centros considerados de excelência em cuidados intensivos, a ocorrência de estenose de laringe por IT varia de 0,5%(1) a 14%(11).

Essa discrepância de incidência de complicações laríngeas pela IT e o nosso contato diário com pacientes sob cuidados respiratórios intensivos com IT fizeram com que desde 1985 indicássemos a traqueostomia precoce no sexto dia de IT e motivaram o presente estudo.

Este trabalho tem por objetivo estudar o desenvolvimento da estenose da laringe, a evolução da voz e outras lesões crônicas da laringe nos pacientes intubados e submetidos a traqueostomia no 6º dia nos pacientes admitidos na UTI Geral e na Unidade de Terapia Coronariana (UTC) do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

 

CASUÍSTICA E MÉTODO

Foram estudados, prospectivamente, 73 pacientes submetidos a IT da UTI Geral do Hospital Cajuru, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, no período de 1º de agosto de 1994 a 31 de julho de 1995.

Sessenta e três pacientes eram do sexo masculino (86,3%) e dez do feminino (13,7%), com idade variando de 16 a 92 anos, e idade média de 36 anos.

Cinqüenta pacientes (68,5%) apresentaram traumatismo e 23 (31,5%), doença não traumática.

Critérios de admissão no estudo: pacientes submetidos a IT por cinco dias consecutivos, com previsão de necessidade de intubação por mais de sete dias. Pacientes sem intubação traqueal no mesmo internamento; pacientes sem lesão prévia da laringe; pacientes sem traumatismo da laringe; pacientes que se submeteram a traqueostomia no sexto dia de IT.

Os pacientes foram intubados com cânula endotraqueal de PVC siliconizada, número 7,5 ou 8 para as mulheres e 8 ou 8,5 para os homens, utilizando a via oral.

As cânulas foram fixadas ao pescoço por meio de cadarço e nó ao redor do tubo, tomando como reparo os dentes incisivos superiores. As traqueostomias foram efetuadas no sexto dia de IT por cirurgiões do Serviço de Cirurgia Geral ou do Serviço de Cirurgia Torácica sob supervisão e padronização da técnica pelo autor. A traqueostomia foi efetuada de duas maneiras: a) incisão longitudinal do segundo e terceiro anéis traqueais (35 pacientes); ressecção de segmento da parede anterior do segundo ou terceiro anel traqueal (38 pacientes).

A via utilizada para FLTB foi nasal em 71 pacientes. Quando esta não era viável ou contra-indicada por condições anatômicas, hemorragia ou trauma craniofacial, utilizou-se a via oral com bocal protetor entre os dentes incisivos (dois pacientes).

As FLTB foram efetuadas sob anestesia tópica da narina, fossas nasais, faringe e porção glótica e supraglótica da laringe com xylocaína a 1% spray, e da laringe subglótica, traquéia e brônquios com xylocaína líquida a 1% por punção através da membrana cricotireóidea. Nos pacientes com cânula de traqueostomia, 5ml de xylocaína a 1% por via transcricóide e 5ml diretamente na cânula de traqueostomia, para anestesia subglótica e traqueal, respectivamente.

Em relação às lesões agudas e crônicas da laringe, adotou-se uma classificação baseada nas de Lindholm(8), Whited(11) e Benjamin(13) (Quadro 1).

 

 

Quarenta e três pacientes foram a óbito e, portanto, excluídos. Nos 30 pacientes sobreviventes estudou-se detalhadamente a evolução das lesões da laringe, a voz e a integridade das pregas vocais, a ocorrência de granuloma e de estenose de laringe.

A voz foi classificada em normal (NO); neurológico (N), quando pelo estado neurológico não se pudesse avaliar a fonação; traqueostomia (T), quando a presença de traqueostomia impedia a avaliação adequada da voz; neurológico mais traqueostomia (N+T); disfonia leve (fonoastenia, disfonia subjetiva ou discreta alteração objetiva da voz); e disfonia (quando havia disfonia evidente).

 

RESULTADOS

Foram realizadas 415 FLTB nos 73 pacientes, sendo que para análise do trabalho foram consideradas as realizadas no 6º, 14º, 21º, 28º, 60º, 90º e 180º dia, perfazendo um total de 304 FLTB (Tabela 1). Apresentamos os resultados obtidos nos 30 pacientes que estavam vivos no 180º dia.

1)Evolução da voz e das pregas vocais (Quadro 2)

 

 

No 180º dia pós-intubação, 18 (60%) dos pacientes, apresentavam voz normal, independente da presença ou não de úlcera, não apresentando diferença estatisticamente significativa.

Três (10%) pacientes apresentaram disfonia: dois pacientes com disfonia leve e um paciente com disfonia moderada.

O paciente 7 apresentou disfonia leve devido à "cicatriz em sulco" por diminuição da mobilidade das pregas vocais.

No paciente 28, com úlcera típica na glote, 32 dias de traqueostomia, 21 dias de ventilação assistida e 60 dias para observação da resolução do dano laríngeo, a disfonia era devida à paresia da prega vocal direita.

No paciente 24 havia paralisia da hemilaringe direita causando disfonia moderada, com úlcera típica em ferradura na FLTB inicial, 23 dias de ventilação assistida e 24 dias de traqueostomia.

Em nove pacientes, não foi possível avaliação da voz e das pregas vocais: cinco (16,7%) pelo estado neurogênico; três (10%) pelo estado neurogênico mais a presença de traqueostomia; e um (3,3%) devido à presença de molde laríngeo para complemento de laringoplastia (Quadro 2).

As pregas vocais eram normais em 21 (70%) dos pacientes no 180º dia: seis dentre sete pacientes dos que não apresentaram úlcera e 15 dentre 23 pacientes dos com úlcera ao exame inicial, com significância estatística (p < 0,05) em relação à ausência de úlcera.

2)Granuloma da laringe

Foram observados oito (26,7%) casos de granulomas da laringe pós-IT, sendo um (3,4%) na região subglótica; três (10%) na comissura posterior; e quatro (13,3%) nas pregas vocais: um (3,3%) na prega vocal direita, dois (6,6%) na prega vocal esquerda e um (3,3%) com granuloma nas duas pregas vocais. Todos os pacientes eram do sexo masculino. A dimensão dos granulomas variou entre 2 e 8mm (Quadro 3).

 

 

Todos os pacientes nos quais foram detectados granulomas de laringe apresentavam úlcera da laringe no exame inicial.

Cinco (62,5%) granulomas foram observados no 28º dia; um (12,5%) no 14º dia; um (12,5%) no 21º dia; e um (12,5%) no 90º dia (Quadro 3).

Cinco (62,5%) pacientes tiveram evolução do granuloma para cura espontânea. Um paciente foi tratado com ressecção endoscópica, porque o granuloma progrediu de 4 para 8mm entre o 28º e 60º dia, impedindo a retirada da cânula de traqueostomia. Após a ressecção endoscópica, o paciente teve a cânula de traqueostomia retirada e evoluiu para a cura.

Um paciente apresentou granuloma da comissura posterior, que, ao ser ressecado, permitiu análise completa da integridade das estruturas da laringe, evidenciando fixação posterior das pregas vocais, porém com permeabilidade glótica satisfatória. Evoluiu para estenose glótica posterior e subglótica, tratada com laringoplastia. Um (12,5%) paciente permaneceu com granuloma assintomático após o 180º dia.

3)Estenose da laringe

Ocorreu uma (3,3%) estenose da laringe pós-IT seguida de traqueostomia no 6º dia. Tratava-se de estenose glótica posterior e estenose subglótica da laringe associada a granuloma na comissura posterior, o qual foi ressecado. Posteriormente o paciente foi submetido a laringoplastia anterior e posterior, molde translaríngeo de silicone e enxerto anterior de cartilagem, técnica padronizada no serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Cajuru (Figura 1, A e B).

 

 

 

Complicações

São relatadas as complicações dos 73 pacientes iniciais.

Complicações da intubação traqueal: quatro casos (5,5%) de intubação seletiva; um (1,3%) de pneumotórax por barotrauma; dois (2,7%) de descanulação acidental; dois (2,7%) de dificuldade ou impossibilidade de oclusão da via aérea pelo balonete; um (1,3%) de necrose do 2º ao 6º anel traqueal evidenciada por ocasião da traqueostomia com conseqüente óbito.

Complicações da traqueostomia: três doentes (4,1%) de erosão do estoma; quatro (5,5%) de infecção do estoma; um (1,3%) de enfisema subcutâneo; um (1,3%) de hemorragia discreta proveniente de vasos cervicais; dois (2,7%) de lateralização do estoma por posição viciosa do pescoço e cabeça; três (4,1%) de descanulações acidentais, sem maiores conseqüências, sendo duas vezes no mesmo paciente, que era psicopata; um (1,1%) de estenose da traquéia entre a cricóide e o estoma, atribuída à compressão da parede anterior da traquéia pela cânula de traqueostomia.

Complicações da intubação traqueal e/ou traqueostomia: dois (2,7%) pacientes tiveram estenose da traquéia na união do terço médio com o inferior, que pode ser atribuída à compressão determinada pelo balonete do tubo endotraqueal ou da cânula de traqueostomia.

 

 

DISCUSSÃO

Evolução das alterações da voz e das lesões das pregas vocais após a IT seguida de traqueostomia

A disfonia pode ser temporária e observada logo após a descanulação. Kastanos et al.(10) relataram 63 % de disfonia, incluído um doente cuja disfonia permaneceu por um ano sem lesão identificável na laringoscopia. Santos et al.(14) encontraram disfonia em 80% dos pacientes, sendo que 20% permaneceram disfônicos por oito semanas.

A maioria das lesões é ocasionada pela lesão direta sobre as pregas vocais, ocasionando edema ou ulcerações ou por alteração da mobilidade da articulação cricoaritenóidea e pelo efeito de molde ocasionado pela cânula translaríngea. Tais efeitos desaparecem, na maioria das vezes, com a regressão do processo inflamatório(15).

Disfonia e broncoaspiração pós-descanulação resultam, habitualmente, da limitação da adução das pregas vocais. Quando existe recuperação da mobilidade da articulação cricoaritenóidea e o efeito de molde pela cânula regride, há o retorno da voz e do controle da broncoaspiração ao normal.

A paralisia ou fixação das pregas vocais é freqüentemente unilateral, mas pode ser bilateral. Pode apresentar-se como estridor e insuficiência respiratória até seis horas após a descanulação. Em alguns doentes há necessidade de traqueostomia na fase aguda, pois a resolução pode demorar semanas, meses ou ser irreversível. Nesta situação podem ser necessárias medidas de lateralização da prega vocal quando a paralisia é em adução ou injeção de teflon para posicionar a prega vocal em posição medial se a mesma está em abdução(1).

Quando as pregas vocais estão paralisadas em adução, ocorre obstrução da via aérea, a alteração da voz é discreta e a aspiração broncopulmonar é limitada. Quando a paralisia é em abdução, não há obstrução da via aérea, a voz é precária e a aspiração traqueobrônquica de saliva e alimentos não só é possível como é freqüente.

A incidência varia de 1%(22) a 37%(10). Esta discrepância existe porque alguns classificam como paralisia a paresia pós-IT.

Alguns autores admitem como causa: a compressão do nervo laríngico recorrente ao nível da cricóide posterior pelo balonete; processo inflamatório; lesão neurogênica ou mesmo indeterminada.

Paresia das pregas vocais é a diminuição em grau variado da mobilidade das pregas vocais, isoladamente ou não, ocasionada pelo trauma direto da cânula endotraqueal, alterações mucosas ou musculares ou alteração da mobilidade da articulação cricoaritenóidea. A paresia pós-intubação é, na maioria das vezes, transitória, retornando as pregas vocais ao normal após a regressão das alterações inflamatórias(13).

A incidência da disfonia crônica é variável: Stauffer et al.(9) descreveram 7%; Citta-Pietrolungo et al.(16), 23%.

Dezoito (60%) dos pacientes deste trabalho apresentaram voz normal no 180º dia. Os pacientes com ausência de úlcera na FLTB inicial apresentaram índice maior de voz normal do que aqueles com úlcera (p < 0,05); portanto, a presença de úlcera no exame inicial implica maior incidência de disfonia. Nove não puderam ser avaliados pela presença de molde, estado neurogênico ou presença de traqueostomia ou ambos.

As pregas vocais estavam íntegras no 180º dia em 21 (70%) dos pacientes, tendo significância estatística em relação à ausência de úlcera (p < 0,05).

A discordância entre voz normal (60%) e integridade das pregas vocais (70%) explica-se pelo fato de três pacientes neurogênicos permitirem a avaliação da integridade anatômica e da movimentação das pregas vocais com os movimentos respiratórios e a resposta ao comando de forma satisfatória.

Colice(17) não encontrou relação entre a gravidade da lesão laríngea e a disfonia crônica.

As alterações motoras das pregas vocais, a paralisia e a paresia são ocasionadas, segundo Brandstein et al.(18), pela compressão do ramo anterior do nervo laríngico recorrente quando este passa entre a cartilagem aritenóide e a lâmina tireóide. Tal compressão seria pelo balonete situado a este nível, por hiperinsuflação do balonete ou por tração do balonete insuflado sobre a região subglótica.

Peppard e Dickens(19) encontraram dois (0,4%) pacientes com disfonia devida à paralisia de prega vocal, secundária à IT por curto período, quando foram submetidos a anestesia geral.

Cohen(20) relata seis casos inicialmente referidos como paralisia bilateral das pregas vocais e que a laringoscopia mostrou tratar-se de fixação posterior destas ou estenose glótica posterior (pseudoparalisia de laringe).

Astrachan et al.(21) descreveram 1% de paralisa bilateral das pregas vocais em paciente com insuficiência respiratória que necessitou traqueostomia. Thomas et al.(22) encontraram quatro (3,7%) casos de paralisia das pregas vocais, sendo três de paralisia unilateral e um de paralisia bilateral.

Lindholm(8) relata disfonia leve em 15 (5,6%) de 265 pacientes, sendo que em nove (2,4%) a disfonia era devida à lesão do nervo laríngico recorrente por cirurgia intratorácica e, em um (0,3%), já havia disfonia ao tempo da intubação. Em seis (2,2%), foi devida à paresia de prega vocal relacionada à IT.

Aass(23) encontrou disfonia em seis (13,9%) de 43 pacientes, sendo que quatro (9,3%) apresentavam laringe normal à laringoscopia e dois (4,6%), paralisia da prega vocal esquerda.

Granuloma da laringe

A cicatrização da laringe que se realiza por segunda intenção é complexa e influenciada por constante movimento de estreitamento e expansão desta, ocorrido durante a respiração, fonação e deglutição. A reparação das úlceras do epitélio inicia-se na membrana basal quando está intacta. Entretanto, se esta foi destruída, o processo de cicatrização é lento, iniciando a partir das bordas do tecido ulcerado. Movimentos contínuos, com desorganização desse processo, produzem o granuloma(25).

Alguns fatores são sugeridos como predisponentes para a formação de granuloma: a idade adulta, sexo feminino, estetoscópios esofágicos, anemia, hipotensão, desnutrição, infecção respiratória, diabete melito e outros semelhantes aos fatores predisponentes e/ou desencadeantes de modo geral(14,24). Nesta série, não encontramos relação entre esses fatores e o desenvolvimento de granuloma da laringe.

Tipicamente de cor marrom amarelada, pediculados, situados na prega vocal ou porção medial da cartilagem aritenóide, podem estar presentes em outras regiões da laringe e na traquéia em áreas de contato com o tubo ou nas bordas da traqueostomia(25). Regridem após a descanulação e, em algumas ocasiões, exigem ressecção endoscópica.

Lindholm(8) encontrou granuloma de laringe em 26 (38%) de 65 pacientes. O seu aparecimento ocorreu em média em 21 dias. Em 24 (92,3%) destes, houve regressão espontânea num período de três meses; em dois (7,6%) pacientes houve necessidade de ressecção endoscópica.

Stauffer et al.(9) encontraram um caso (2,2%) de granuloma em 44 dos seus pacientes sobreviventes submetidos à IT e IT seguida de traqueostomia, porém só realizavam endoscopia nos pacientes com sintomas obstrutivos.

Kastanos et al.(10) observaram oito (42%) pacientes com granuloma da laringe em 19 pacientes submetidos a IT e examinados endoscopicamente no 10º dia pós-descanulação, sendo que dois necessitaram ressecção endoscópica. Entre nós, Porto e Alves(25) encontraram oito (1,2%) de granuloma da laringe em 662 microcirurgias de laringe, referindo ser quatro na prega vocal esquerda e um na epiglote, que também é submetida a contato com a cânula endotraqueal e sua movimentação. Colice et al.(1) encontraram granuloma de laringe em seis (7%) de 86 pacientes, sendo que três (10%) necessitaram tratamento endoscópico.

Em série de 150 pacientes de UTI submetidos somente a IT, Thomas et al.(22) não encontraram granuloma de laringe, porém fizeram a FLTB por dentro da cânula na ocasião da descanulação, o que não permite visualização adequada, bem como a época ser precoce para o aparecimento do granuloma. Posteriormente, realizavam a FLTB apenas nos pacientes sintomáticos.

Nesta série, a presença de granuloma da laringe foi detectada em oito (26,7%) de 30 pacientes do grupo II com seguimento de seis meses. A maioria, cinco (62,5%), foi observada no 28º dia, o que permite concluir que o seu aparecimento ocorreu entre o 21º e o 28º dia, ocasiões da 3ª e 4ª FLTB do protocolo. Todos os pacientes apresentaram úlcera de laringe que precedeu o granuloma da laringe. O desaparecimento do granuloma ocorreu entre o 60º e 90º dia em cinco pacientes. Dois (25%) pacientes necessitaram ressecção endoscópica. Um (12,5%) paciente com granuloma da comissura posterior permaneceu assintomático após o 180º dia.

Estenose da laringe

Lindholm(8) relatou a presença de estenose da laringe em um (0,37%) de 267 pacientes adultos e em três (6,6%) de 45 pacientes pediátricos, sendo duas (4,4%) estenoses subglóticas e uma (2,25%) estenose glótica posterior (anel fibroso), a qual foi tratada por dilatação (Quadro 4).

 

 

El-Naggar et al.(26) publicaram a presença de estenose da laringe em dois (3,8%) de 52 pacientes; Kastanos et al.(10), 0% em 19 pacientes; Colice et al.(1) 0% em 86 pacientes; Thomas et al.(22), cinco (3,3%) em 150 pacientes. Whited(27) publicou 12 (6%) casos de estenose da laringe em 200 pacientes de estudo prospectivo, sendo que, para pacientes com IT até cinco dias, a incidência de estenose da laringe foi de 2%; nos com IT entre cinco e dez dias, foi de 5%; e nos pacientes com IT acima de dez dias, a incidência foi de 14%.

Woo et al.(2), em 50 pacientes com traumatismo craniencefálico grave e disabilidade intensa de acordo com a Escala de Alta, encontraram elevados índices de estenose da laringe: nove (18%), sendo três (6%) de estenose subglótica, três (6%) de estenose glótica, um (2%) de estenose supraglótica e dois (4%) com anquilose da articulação cricoaritenóidea. Não forneceram detalhes sobre o tempo de IT, uma vez que os pacientes já chegaram ao seu serviço com traqueostomia. Nessa série houve um caso (3,3%) de estenose de laringe em um paciente com estenose glótica posterior associada à estenose subglótica e granuloma da comissura posterior.

Grundfast et al.(12) encontraram, dentre 199 neonatos intubados por mais de 48 horas, quatro (2,1%) casos de estenose subglótica.

Múltiplos fatores influenciam na diferença de incidência: tempo de IT; dificuldade técnica na realização dos exames endoscópicos; exames endoscópicos deficientes; dificuldade de controle dos fatores desencadeantes e/ou agravantes; dificuldade no seguimento dos pacientes; e, principalmente, a definição apropriada da estenose da laringe e a classificação adequada das estenoses laringotraqueais.

Harley(28) definiu com propriedade a estenose subglótica, denominando-a estenose infraglótica ou cricóidea; portanto, sendo realmente estenose da laringe e não da traquéia. A extensão da estenose subglótica para o primeiro e o segundo anéis traqueais foi denominada estenose laringotraqueal. Stauffer et al.(9), em estudo amplamente citado na literatura, descreveram que, nos seus 27 pacientes sobreviventes submetidos somente a IT, ocorreram cinco estenoses de traquéia, sendo três ao nível do balonete e duas ao nível da região subglótica. Portanto, Stauffer et al., defensores da IT além de 14 dias, não computaram como estenose de laringe os dois (7,4%) de estenose subglótica.

Cohen(20) publicou sete casos de estenose glótica posterior em pacientes pediátricos que foram enviados a seu serviço com diagnóstico de paralisia bilateral das pregas vocais.

A estenose glótica anterior é de ocorrência rara, ocasionada por ponte de tecido fibroso entre as pregas vocais na sua porção anterior em área de ulceração prévia(29).

Isquemia causada por pressão exercida pela cânula sobre a laringe, seguida de infecção na glote posterior, resulta em cicatriz de vários graus em três áreas principais: face medial das cartilagens aritenóides, área interaritenóidea ou comissura posterior e processos vocais.

A mucosa que cobre as aritenóides e áreas interaritenóideas está sobre fina camada de submucosa e fino mucopericôndrio. Com a pressão e isquemia, forma-se úlcera com exposição da cartilagem e possível pericondrite com fibrose da área ulcerada e infectada. O músculo interaritenóideo e área interaritenóidea tornam-se fibrosados e fixos. A ulceração e fibrose da área do processo vocal resultam em fusão da porção posterior da prega vocal verdadeira e a extensão desta cicatriz atinge a comissura posterior(21).

Se há fixação parcial ou total das articulações cricoaritenóideas com aproximação das pregas vocais, pode haver graus variados de obstrução respiratória com alteração discreta da voz, sendo comum o diagnóstico equivocado de paralisia de prega vocal.

O tecido de granulação pode cruzar a linha média, ocasionando a estenose glótica posterior, ou a superfície ulcerada das pregas vocais se adere na linha média. Freqüentemente, ao nível dos processos vocais, portanto posteriormente, formando banda que limita a abdução das pregas vocais. Essa adesão das pregas vocais pode ocorrer na sua porção média, formando orifício posterior e fenda triangular anterior, que pode ser seccionada por microcirurgia ou laser.

Whited(27) admite dois tipos de estenose glótica posterior: a) pela adesão posterior dos processos vocais na área de ulceração prévia e pelo plano interaritenóideo através de cicatrização de úlcera glótica posterior, mais especificamente a úlcera em ferradura.

O diagnóstico é difícil, muitas vezes exigindo anestesia geral para a laringoscopia direta, que evidenciará limitação da movimentação das pregas vocais. A comissura posterior das pregas vocais deve ser testada com afastador para demonstrar sua fixação. Caso o diagnóstico correto da estenose glótica posterior ou da sua associação com estenose subglótica não seja feito, a falha do tratamento será inevitável.

A estenose subglótica é mais comum nas crianças em virtude de ser a cricóide a porção mais estreita da via aérea e devido ao anel cartilaginoso rígido permitir que o edema e o espessamento somente se manifestem para o interior da luz(8).

A traquéia cervical quase sempre é envolvida (83%) e pode haver associação com a estenose glótica (25%)(31).

Pode-se subdividir a estenose subglótica em: a) estenose subglótica mole; e b) estenose subglótica fibrótica. A estenose subglótica fibrótica pode ocorrer pós-cricotireoidostomia(32,33) e após "traqueostomia alta", comprometendo o primeiro anel traqueal. Quando há destruição da cartilagem traqueal, esta pode atingir a cartilagem cricóide(29), podendo também ocorrer pós-intubação traqueal.

Sasaki e Horiuchi(30), em estudo em cães, demonstraram que a contaminação bacteriana da laringe lesada proveniente da traqueostomia leva ao desenvolvimento de estenose da laringe. O pequeno número de estenose da laringe desta série não permite chegar a esta conclusão.

Kirschner e Sasaki(31) afirmam que a conversão da IT para traqueostomia propiciaria o aparecimento de estenose glótica posterior, isto porque a traqueostomia leva ao repouso das pregas vocais, permitindo que áreas desnudas da comissura posterior e pregas vocais entrem em contato e cicatrizem com fibrose, provocando a aderência entre as pregas vocais. Lieberman et al.(34) não confirmaram, em estudo experimental em cães, a ocorrência da paralisia do músculo cricoaritenóideo; portanto, a paralisia das pregas vocais após a traqueostomia não favorece a fixação das pregas vocais.

Concluímos que a realização da traqueostomia no sexto dia de intubação traqueal, em virtude do menor tempo de exposição da laringe ao trauma da cânula orotraqueal, foi responsável pelos índices de disfonia (10%), lesões das pregas vocais (10%), granuloma da laringe (26,6%) e de estenose da laringe (3,3%) encontrados neste trabalho.

 

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* Trabalho realizado no Hospital Universitário Cajuru PUC-PR.

1. Chefe do Serviço de Cirurgia Torácica e Endoscopia Respiratória; Mestre em Cirurgia.

2. Médico Assistente do Serviço de Cirurgia Torácica e Endoscopia Respiratória.

Endereço para correspondência ¾ Av. Comendador Franco, 2.429 ¾ 81520-000 ¾ Curitiba, PR. Tel.: (41) 266-3500; Fax: (41) 266-4349; Site: www.marloscoelho.com.br; E-mail: clinicadotorax@marloscoelho.com.br
Recebido para publicação em 31/5/00. Reapresentado em 27/7/00. Aprovado, após revisão, em 24/10/00.