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Revista Latino-Americana de Enfermagem - Follow-up of obstetric nurses who attended the specialization course on obstetric nursing at the Universityof São Paulo College of Nursing

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Revista Latino-Americana de Enfermagem

Print version ISSN 0104-1169

Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.10 no.4 Ribeirão Preto July/aug. 2002

http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692002000400005 

Artigo Original


 

SEGUIMENTO DAS ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS EGRESSAS DOS CURSOS DE HABILITAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM, DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

 

Miriam Aparecida Barbosa Merighi1
Elizabete Yoshizato2


Este estudo objetivou revelar a predominância das características das ex-alunas do curso de Enfermagem Obstétrica da EEUSP. A população foi composta por 92 ex-alunas que se formaram entre 1980 a 1995, sendo que, destas, 50,0% atuam na especialidade enfermagem obstétrica, 73,2% são enfermeiras assistenciais e 26,8% são docentes de enfermagem obstétrica. Das que não atuam mais na especialidade, 76,0% atuaram após a formação e 24,0% nunca atuaram. Quanto à satisfação da profissão, 71,7% responderam estar satisfeitas e 28,3% insatisfeitas. Os motivos alegados para deixarem de atuar na área sugerem pontos importantíssimos para serem repensados pelas entidades de classe e pelos responsáveis pela formação desses profissionais.

DESCRITORES: enfermeiras obstétricas, satisfação no trabalho


FOLLOW-UP OF OBSTETRIC NURSES WHO ATTENDED THE SPECIALIZATION COURSE ON OBSTETRIC NURSING AT THE UNIVERSITYOF SÃO PAULO COLLEGE OF NURSING

The purpose of this study was to show the prevalence of characteristics in former students from the Specialization Course on Obstetric Nursing of the University of São Paulo College of Nursing, Brazil. The population consisted of 92 former students who graduated in 1980 to 1985, of whom 50% worked in the field of obstetric nursing. Of these, 73,2% were clinical nurses and 26,8% were university faculty. Concerninng those who no longer performed in that field, 76,0% did so after graduation and 24,0% never worked in the area. Regarding professional satisfaction, 71,7% reported to be satisfied and 28,3% were dissatisfied. The reasons given for stopping working in that area suggest very important points to be analyzed professional representation entities as well as by those who are responsible for the education of these professionals.

DESCRIPTORS: obstetric nurses, job satisfaction


SEGUIMIENTO DE LOS ENFERMEROS OBSTETRAS EGRESADOS DE LOS CURSOS DE HABILITACION Y ESPECIALIZACIÓN EN ENFERMERÍA OBSTÉTRICA, OFRECIDOS POR LA ESCUELA DE ENFERMERÍA DE LA UNIVERSIDAD DE SÃO PAULO

Este estudio busca caracterizar las enfermeras obstetras egresados del curso de Enfermería de la Escuela de Enfermería de la Universidad de São Paulo, Brasil, formados en el periodo de 1980 a 1995. Los resultados muestran que de los 92 egresados que respondieron un cuestionario, 50,0% trabajan en la profesión, 73,2% son enfermeros asistenciales y 26,8% son enfermeros docentes. De las que no trabajan en la profesión 76,0% trabajaron después de la formación y 24,0% nunca trabajaron. En relación con el gusto por la profesión, 71,7% respondieron estar satisfechos e 28,3% insatisfechos. Los motivos expuestos para el abandono muestran aspectos importantísimos para ser repensados por las entidad de clase y por los responsable por la formación de los profesionales.

DESCRIPTORES: enfermera obstétrica, satisfacción en el trabajo


 

 

INTRODUÇÃO

Enquanto docente da disciplina Enfermagem Obstétrica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, EEUSP, temos tido oportunidade de vivenciar, ao longo de 21 anos, situações diversificadas associadas ao ensino e à prática da enfermagem obstétrica.

Há alguns anos convivemos com a problemática da formação da enfermeira obstétrica, presenciando a gradativa ocupação do campo da assistência ao parto por médicos e aumento das taxas de cesarianas no Brasil. Com isso, existem muitas enfermeiras obstétricas que não conseguem atuar na especialidade, pois são absorvidas pelo mercado de trabalho para exercerem atividades de gerenciamento, supervisão, entre outros, e deixam de participar na assistência direta à mulher durante o trabalho de parto e o parto, ainda que essa atividade faça parte de suas atribuições profissionais na Lei do Exercício Profissional em vigor.

Nesse sentido, até a década de 80, as enfermeiras obstétricas, na rede privada, participavam da assistência ao parto. Na última década, no entanto, a inserção dessa profissional no mercado de trabalho tem sofrido restrições, principalmente frente à realização do parto(1).

A progressiva hospitalização para assistência ao parto, a incorporação crescente da tecnologia e a elevação das taxas de cesarianas produziram um impacto negativo sobre as oportunidades de capacitação e atuação da enfermeira obstétrica no parto.

Ultimamente, nas discussões organizadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, relacionadas ao índice de cesárea*(2) e à qualidade de atenção ao nascimento e parto, tem sido ressaltada a necessidade da participação de profissionais não-médicos no atendimento à gestante e parturiente, inclusive na realização do parto. A assistência obstétrica, tal como está organizada, delega ao médico a responsabilidade de realizar os partos, que, por sua vez, não tem disponibilidade para acompanhar o trabalho de parto, que dura, em média, 10 a 12 horas, sendo que a cesárea, com horário marcado, é a solução encontrada por este profissional.

Visando à redução do índice de morbimortalidade materna e perinatal, em maio de 1998, o Ministro da Saúde, José Serra, assinou a Portaria no 2815, de 29/5/98, que considera a importância do acompanhamento do trabalho de parto, o pagamento e treinamento de enfermeiras obstétricas para realizar partos normais, em hospitais e em domicílio(3). Essa portaria despertou várias polêmicas por parte dos conselhos regionais e sociedades médicas de Ginecologia e Obstetrícia, que se posicionaram veementemente contra a decisão do Ministério da Saúde. Por outro lado, a classe das enfermeiras obstétricas tem-se mostrado revoltada e indignada com a postura das entidades médicas.

Atualmente, a mídia está valorizando a profissional enfermeira obstétrica, e existem vários movimentos da comunidade científica com a finalidade de resgatar o parto como um acontecimento fisiológico, humanizado e com qualidade. Esses movimentos estão sendo gerados pela necessidade de diminuir as taxas de cesáreas, as mortes maternas e perinatais e para aumentar os atuais reduzidos números de partos normais, acompanhados por enfermeiras obstétricas ou obstetrizes.

Por outro lado, a formação dos profissionais enfermeiros vem ocorrendo de forma descontínua e decrescente e tem sido questionada, principalmente no que se refere à adequação do modelo de formação, quanto à capacitação para a assistência ao parto, temática que costuma ser defendida quando são discutidas as estratégias para redução das taxas de cesariana no país.

Pesquisa feita sobre os diversos programas brasileiros de saúde materno-infantil e as propostas que eles mencionam em relação às atividades e ao desempenho das enfermeiras (obstétricas) diz que a maioria das enfermeiras que atua na área de enfermagem obstétrica é insuficiente, em número e em qualidade. Algumas têm habilitação específica e outras não(4).

A EEUSP, desde 1964, tem, tradicionalmente, formado enfermeiras obstétricas, inicialmente em nível de graduação, na modalidade de quarto ano optativo ¾ habilitação - quando a aluna elegia a área de Enfermagem Obstétrica. Essa modalidade de ensino perdurou até 1991.

A partir de 1992, com alguns ajustes, o curso de habilitação foi transformado em Especialização em Enfermagem Obstétrica. Assim, esse curso foi oferecido em 1992, 1993 e 1994, com término em 1995.

Atualmente, estamos repensando novas formas de capacitação de ensino. Para tanto, tomando como base nossas preocupações com essa variedade de considerações e ausência de estudos sobre a não caracterização da inserção dessas profissionais no mercado de trabalho (evasão e demanda), é que nos propusemos a realizar este estudo em dois momentos: o primeiro momento, enfoque deste artigo, de caráter exploratório. O segundo momento, de caráter qualitativo, que não será abordado neste texto, a trajetória voltada para o compromisso do fenômeno alunos egressos do Curso de habilitação e especialização em enfermagem obstétrica a partir do vivido dessas pessoas no seu cotidiano. Neste texto com enfoque quantitativo, buscamos os seguintes objetivos: caracterizar a trajetória dos ex-alunos da EEUSP, após a realização dos cursos de habilitação e de especialização em enfermagem obstétrica; verificar, segundo as enfermeiras obstétricas egressas da EEUSP, a contribuição dos cursos de habilitação e de especialização em enfermagem obstétrica, para sua prática profissional; analisar os sentimentos que as enfermeiras obstétricas formadas pela EEUSP têm de sua atuação na área específica.

 

MÉTODOS

O universo a ser estudado foi composto de enfermeiras obstétricas formadas pela EEUSP, de 1980 a 1995. Solicitamos à secretarias de Graduação e de Pós-Graduação da EEUSP, a relação com os respectivos endereços e telefones dos alunos egressos dos cursos de habilitação e de especialização em enfermagem obstétrica no período acima referido. Considerando que muitos endereços poderiam encontrar-se desatualizados, solicitamos, por meio de ofício, ao Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo - COREN que nos auxiliasse nesse aspecto, sendo prontamente atendidas.

Por meio da relação enviada pelas secretarias contatadas, verificamos que 173 alunos concluíram o curso de habilitação em enfermagem obstétrica na EEUSP, nos anos de 1980 a 1991, enquanto 29 enfermeiros concluíram o Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica nos anos de 1992, 1993 e 1994/95 (curso de 1 ano e 6 meses de duração).

Dessa forma, 202 enfermeiras obstétricas, universo deste estudo, formaram-se nessa Escola no período acima mencionado. Destas, localizamos 141 (69,8%), para as quais enviamos o questionário, sendo que 92 (65,2%) delas responderam a nossa solicitação, portanto constituíram a amostra do estudo.

O instrumento específico utilizado para coleta de dados foi um questionário. Além do questionário, também enviamos às ex-alunas, pelo correio, uma carta explicativa, na qual solicitávamos a colaboração e garantíamos o anonimato das participantes. Também faziam parte do conjunto o termo de consentimento e esclarecimento para participar da pesquisa científica e o envelope selado para as respostas.

Salientamos, ainda, que essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem, da Universidade de São Paulo, e seguiu ao que reza a Resolução 196/96(5).

Os dados foram coletados no período de junho a outubro de 1999. As questões, dirigidas ao objetivo do estudo, estão agrupadas em 6 unidades: I) Dados de identificação; II) Formação; III) Exercício profissional na especialidade; IV) Desenvolvimento profissional; V) Engajamento em entidades de classe; VI) Sentimentos das enfermeiras obstétricas quanto à área de atuação.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra do estudo foi constituída por 92 ex-alunas, dentre as quais 84 (91,3%) encontram-se na faixa etária compreendida entre 30 e 44 anos, sendo que apenas 3 (3,3%) tinham entre 45 e 49 anos, e 4 (4,4%) estavam na faixa etária entre 25 e 29 anos.

A grande maioria das ex-alunas, 77 (83,7%), concluiu o curso de habilitação em enfermagem obstétrica entre 1980 a 1991, tendo, portanto, de 8 a 19 anos de formadas e 15 (16,3%) concluíram o curso de especialização entre 1992 a 1995 e tinham de 4 a 7 anos de formadas.

O exercício profissional na especialidade pode ser constatado por meio da tabela a seguir.

Analisando as atividades das ex-alunas, constata-se que 61 (66,3%) são enfermeiras assistenciais, 19 (20,6%) são docentes de enfermagem, 10 (10,9%) mudaram de profissão, e 2 (22,0%) são do lar.

Das 73 enfermeiras que estão em atividade, 34 (37,0%) atuam como enfermeiras obstétricas, ou seja, continuam atuando na especialidade de formação e 27 (29,3%) são enfermeiras em outras áreas; 12 (13,2%) são docentes de enfermagem obstétrica, e 7 (7,6%) são docentes em outra área.

No que se refere ao tempo de atuação na área obstétrica, 41 enfermeiras sempre atuaram na área de obstetrícia, sendo que destas, 30 (73,1%) são enfermeiras assistenciais, e 11 (26,8%) são docentes de enfermagem obstétrica.

Atuaram na área, logo após a formação, 35 ex-alunas, mas, no momento, não atuam mais, sendo que, destas, 20 (57,2%) são enfermeiras em outras especialidades, 6 (17,1%) são docentes em outras áreas, 7 (20,0%) mudaram de profissão e 2 (5,7%) são do lar.

A mesma tabela também permitiu constatar que 5 ex-alunas que não atuaram na área, no início da sua formação, atualmente atuam, e, destas, 4 (80%) exercem função enquanto enfermeiras obstétricas assistenciais, e 1 (20%) é docente de enfermagem obstétrica.

Ainda se pode observar, por meio desta tabela, que 11 (26,9%) ex-alunas nunca atuaram na obstetrícia e que destas, 7 (63,6%) são enfermeiras em outra área, 1 (9,1%) é docente, e 3 (27,3%) mudaram de profissão.

Assim, 44,5% foi o maior percentual encontrado, correspondendo às enfermeiras que sempre atuaram na área (41), desde a sua formação e, destas, 30 (73,2%) são enfermeiras obstétricas assistenciais e, 11 (26,8%) são docentes de enfermagem obstétrica.

Os dados revelam, ainda, que a grande maioria, 87,0% exerce atividade na enfermagem sendo que apenas 13,0% das egressas mudaram de profissão. Em uma pesquisa realizada sobre evasão de enfermeiras, as autoras comentam que a evasão do enfermeiro para outra atividade profissional não está baseada em um só ponto crítico ou situacional. Salientam que há um conjunto de circunstâncias relacionadas à evasão deste profissional, desde a estritamente pessoal, passando pelos meandros de sua formação, da estrutura social do próprio sistema de saúde atual e chegando até os aspectos políticos. As autoras verificam também, através do estudo, que, conforme o momento do desligamento, a reação do enfermeiro é influenciada pela fase de inserção profissional em que se encontra(6).

No presente estudo, no que se refere à especialidade, 50,0% das egressas exercem atividades relacionadas a área obstétrica, 13,2% são docentes de enfermagem obstétrica. No estudo sobre o seguimento dos enfermeiros egressos dos cursos de especialização em enfermagem em cuidados intensivos, os autores verificam que apenas 36,8% dos enfermeiros permaneciam atuando em UTI, enquanto a maioria (60,5%) não mais atuava nessa área. Pode-se ver assim que esta limitação não é específica da área de enfermagem obstétrica(7).

No que se refere ao tempo de atuação, as 41 enfermeiras que sempre atuaram na área específica referiram estar na área por um período compreendido entre 4 a 19 anos. Destas, a maioria, 28 (68,3%), atua entre 8 a 19 anos.

Quanto às 35 enfermeiras obstétricas que deixaram de atuar na área, a maioria 26 (74,3%) referiu que atuou na obstetrícia entre 1 a 6 anos. Buscando averiguar a permanência por período superior a 7 anos, verificamos que 9 (25,7%) trabalharam na obstetrícia entre 7 a 15 anos, e 5 (14,3%) entre 10 a 15 anos.

Embora 50,0% das enfermeiras obstétricas permaneçam na área, faz-se necessário comentar que, depois da década de 80, as dificuldades para a continuidade do trabalhador de enfermagem na área obstétrica foram crescentes em função da desvalorização desse profissional nos últimos anos e a gradativa ocupação por médicos no campo da assistência ao parto. Nesse sentido, diante dessas dificuldades, há muitas enfermeiras obstétricas extremamente frustradas por não conseguirem atuar na especialidade, sendo absorvidas pelo mercado de trabalho para exercerem atividades de gerenciamento e supervisão, entre outras(1).

Considerando que 50,0% das ex-alunas não atuam na especialidade, procuramos investigar os motivos que as levaram a tal decisão. Assim, as justificativas mais apontadas pelas egressas foram: melhor oportunidade de trabalho em outra área, motivos pessoais diversos e decepção com a área.

Em relação à questão sobre o tempo entre a formação e o início do trabalho na especialidade, das 76 ex-alunas que referiram atuar na área de obstetrícia após a formação, 15 (19,7%) disseram que o trabalho na área foi imediatamente após a formação, e 61 (80,3%) mencionaram que demoraram de 1 a 5 meses para arrumarem emprego.

Segundo esse resultado, podemos supor que, até 1995, não houve dificuldade para o início da atuação dessas enfermeiras obstétricas. Os motivos alegados pelas enfermeiras que nunca atuaram na área não se relacionaram à dificuldade de absorção dessa profissional pelo mercado de trabalho, estão mais relacionados a problemas pessoais. Somente uma enfermeira disse que não conseguiu emprego onde a enfermeira obstétrica fizesse parto, diante disso procurou outra área para atuar.

A mesma relação ocorre entre as enfermeiras que não atuaram na área logo após a formação específica. Os dados mostraram que, das 5 enfermeiras que estão atuando no momento, uma, formada há 5 anos, iniciou o trabalho na especialidade 3 dias antes da coleta de dados, 3 enfermeiras demoraram de 4 a 6 anos para iniciar atividades na área e uma levou 13 anos após a formação.

A justificativas apresentadas pelas 11 ex-alunas, para nunca atuarem na obstetrícia, foram: melhor oportunidade de trabalho fora da área, ter feito obstetrícia por falta de opção, não conseguiram emprego onde a enfermeira obstétrica fizesse parto e falta de vaga na obstetrícia, no momento da admissão, sendo locadas em outra área, onde permanecem até hoje.

As atividades atuais dessas ex-alunas que não exercem atividade na enfermagem são: comércio (2); do lar (2); empresária (2); acupuntura (1); cursando medicina (1); cursou direito e mudou de profissão (1); gerente de informática (1); gerente de produtos profissionais (1).

Um estudo sobre a análise da construção de identidades sociais e profissionais comenta as seis etapas de "conversão" das pessoas comuns em enfermeiras. Esse processo passa pela inocência inicial, pela consciência de que a profissão não é bem o que esperava, pela alienação de si e aceitação de uma dualidade até a interiorização estável, quando assume o papel profissional, reforçado pela convivência com os profissionais(6).

A maioria das enfermeiras obstétricas trabalha em instituições públicas (67,3%), e 28,3% atuam em instituição privada; 32 (69,6%) atuam em unidade hospitalar, e 12 (26%), em unidade de ensino. Nenhuma enfermeira obstétrica participante deste estudo atua em Unidade Básica de Saúde.

Quando perguntamos às 46 enfermeiras obstétricas que, no momento, atuam na especialidade a respeito da unidade em que já prestaram assistência específica, chamou a atenção o fato de que a grande maioria das enfermeiras obstétricas deste estudo (80,5%) nunca exerceu atividade no pré-natal e 8,7% nunca atuaram no pré-natal e centro obstétrico.

Esses dados permitem constatar que, realmente, poucas enfermeiras assistem as gestantes no pré-natal e, quando prestam assistência, as atividades não estão direcionadas para a consulta a essa clientela, mas, sim, às atividades de pré e pós consulta. No entanto, acreditamos que a enfermeira obstétrica é a profissional que deveria assistir todas as gestantes de baixo risco, encaminhando ao médico as gestações com complicações, pois essa profissional tem maior disponibilidade para ouvir a gestante, esclarecer suas dúvidas e aliviar seus anseios.

Das 32 enfermeiras obstétricas que atuam na área hospitalar, 12 (37,5%) responderam que nunca fazem o parto; 13 (40,6%) fazem o parto como rotina, e 7 (21,9%) realizam o parto esporadicamente. Das 12 docentes de enfermagem que atuam no centro obstétrico, 8 (66,7%) realizam o parto como rotina com as alunas. Das 46 enfermeiras obstétricas que atuam na especialidade, 21 (45,7%) fazem o parto como rotina, 16 (34,7%) nunca realizam o parto, e 9 (19,6%) fazem o parto esporadicamente.

É interessante destacar que 54,3% (as que nunca fazem o parto e as que fazem esporadicamente) não realizam o parto como rotina, fato este que nos preocupa e que se acrescenta aos resultados apontados em outros estudos, em relação às dificuldades que as enfermeiras obstétricas encontram para a realização do parto(1,8-9).

Faz-se necessário salientar que 33,3% das docentes que acompanham aluno de enfermagem no centro obstétrico nunca fazem parto ou o fazem esporadicamente. Nesse sentido, observa-se a dificuldade crescente de campos de estágio para o ensino da enfermagem obstétrica, conforme percebem as escolas. Como ensinar enfermagem obstétrica em hospitais onde as enfermeiras, assistenciais ou docentes, não podem realizar o parto normal?

Das 13 enfermeiras que atuam na área hospitalar e que fazem o parto como rotina, 11 (78,5%) pertencem a instituições públicas, e somente 2 (21,5%), a instituições privadas.

Portanto, constatamos que, neste estudo, nas instituições públicas, as enfermeiras obstétricas têm mais oportunidade de realizar o parto normal do que nas instituições privadas. Em contrapartida, até a década de 80, as enfermeiras obstétricas, na rede privada, participavam da assistência à parturiente, inclusive no atendimento ao parto(1). Nesse sentido, pode-se inferir que, após esse período, as enfermeiras obstétricas direcionaram-se para as instituições públicas porque, a partir dessa época, houve um aumento considerável do número de cesáreas, principalmente nas instituições privadas, conforme atestam os dados epidemiológicos. Esse resultado pode, também, estar relacionado ao fato de a grande parte dos nossos ex-alunos atuar no Hospital Universitário da USP.

Quanto às justificativas apontadas pelas 35 egressas, para deixarem de atuar na especialidade, um dos fatores verbalizados foi a decepção com a área. Muitas se reportaram ao desempenho do seu papel como sendo muito administrativo, fato que traz muita limitação na atuação profissional, sendo "obrigadas", muitas vezes, a exercer atividades em outros setores do hospital. Assim, esses dados nos fazem supor que essa é uma das razões de se abandonar a especialidade.

Chama atenção o fato de a grande maioria das enfermeiras obstétricas que estão atuando na especialidade, 87,8%, terem referido que atuaram em outros setores, alheios à maternidade. Os principais motivos alegados pelas enfermeiras também foram: necessidade de pessoal e rodízio obrigatório entre as enfermeiras. Houve algumas delas que disseram preferir atuar em outros setores, pois a instituição onde trabalhavam não permitia que a enfermeira obstétrica realizasse o parto.

Ao considerar o investimento feito pelas ex-alunas para a continuidade da formação profissional, constatamos que apenas 11 delas (11,9%) fizeram outro curso de graduação: destas, 7 (63,6%) não atuam mais na área e 4 (26,4%) atuam no momento. Os cursos de graduação freqüentados por essas 4 egressas que continuaram trabalhando na área específica foram: psicologia, pedagogia, educação física e administração de empresa.

Embora alguns autores afirmem ser importante e necessária a qualificação profissional dos enfermeiros para que possam acompanhar os avanços e as transformações socioeconômicas e tecnológicas, visando à melhora da assistência prestada à clientela, além da adoção de uma postura mais crítica e reflexiva dos aspectos profissionais e estruturais, este aspecto, em geral, ainda não faz parte da cultura das enfermeiras(10).

Quanto ao aprimoramento profissional do enfermeiro, no que diz respeito aos cursos de pós-graduação, das 92 egressas que participaram deste estudo, 42 (45,6%) fizeram especialização em outras áreas, 15 (15,4%) cursaram o Mestrado em diversas áreas da enfermagem, 6 (6,5%) freqüentaram o Doutorado, e 14 (15,2%) fizeram outros cursos de aprimoramento. Assim, a grande maioria, 90,1% continuou em busca de aperfeiçoamento profissional, sendo que apenas 9,9% não investiram em cursos de pós graduação após a formação.

Considerando que a grande maioria dos egressos deste estudo concluiu a graduação em enfermagem na EEUSP, achamos oportuno ressaltar esse fato, pois, de alguma forma, retrata o espírito inovador dos alunos que se formam nessa escola.

Em relação à participação em eventos científicos, as 30 enfermeiras do estudo que estão na área específica e atuam em unidades hospitalares, 80,0% participaram de eventos relacionados à área e 20,0% participaram de eventos fora da área. Nos últimos 12 meses, das 12 docentes enfermeiras obstétricas que sempre atuaram na área específica, 9 (75,0%) participaram de eventos relacionados à área, e 3 (25,0%) participaram de eventos fora da área.

No que se refere ao tipo da instituição à qual pertencem as enfermeiras que participaram de eventos científicos, nos últimos 12 meses, das 32 enfermeiras que atuam em unidades hospitalares, 28 (87,5%) participaram de eventos científicos. Destas, 20 (71,4%) pertencem a instituição pública, e 8 (28,6%) pertencem a instituição privada. Faz-se necessário destacar novamente, que um número considerável de enfermeiras obstétricas que participou deste estudo pertencia a um hospital-escola da rede pública.

Com o intuito de avaliar os cursos de habilitação e/ou especialização em enfermagem obstétrica oferecidos pela EEUSP, perguntou-se às ex-alunas sobre as contribuições que o curso lhes proporcionou para o exercício da prática profissional.

A grande maioria das enfermeiras obstétricas, 85 (92,3%) respondeu que o curso lhes proporcionou conhecimento técnico-científico. No entanto, somente 23 (25%) destacaram que o curso proporcionou desenvolvimento de pesquisa, e 19 (20,6%) disseram que o curso proporcionou aumento salarial.

Quanto à avaliação do curso, no que se refere à carga horária, a grande maioria respondeu que foi suficiente. No que se refere às atividades efetuadas durante o curso, os itens administração de unidade/serviço, investigação cientifica e atendimento ao recém-nascido foram apontados pela maioria das enfermeiras como "insuficiente". Já, na categoria "suficiente", os itens mais assinalados foram "acompanhamento de puérpera" e "atendimento de gestante no pré-natal".

O número de partos e o atendimento imediato foram apontados pela maioria como "suficientes".

Relacionado à melhor forma de capacitação apontada pelas 46 enfermeiras que atuam na área específica, 45,6% enfatizaram a especialização em enfermagem obstétrica, seguida de residência em enfermagem obstétrica (32,6%), sendo que as demais apontaram outras formas de capacitação. É interessante comentar, que das 46 enfermeiras obstétricas que continuam na especialidade, 14 cursaram especialização em enfermagem obstétrica e 32 cursaram habilitação.

No que diz respeito ao item engajamento nas entidades de classe, os dados mostraram que a grande maioria das enfermeiras obstétricas que estão na área específica, 80,4% são associadas e apenas 9 (19,6%) não participam de entidades com finalidade socioculturais.

É gratificante constatar que a grande maioria das enfermeiras egressas dos cursos de obstetrícia da EEUSP, participantes dessa amostra, são associadas a entidades de classe. Os enfermeiros precisam ser mobilizados e envolvidos com a responsabilidade e com participação nas entidades de classe, considerando serem estes os foros de ciência e de reivindicação profissional, espaço tão desejável pela enfermagem brasileira, mas que só se desenvolve com a força do trabalho e as discussões político-profissionais(10).

As ex-alunas consideraram sua formação adequada, porém, ao enfrentarem a prática profissional, muitas se sentem desmotivadas, sem perspectivas futuras, com dificuldade em relação ao mercado de trabalho, sendo que todos esses fatores acarretam insegurança profissional, embora algumas tenham afirmado que os cursos de habilitação ou especialização lhes deram segurança.

A maioria das ex-alunas, 71,7%, respondeu estar satisfeita profissionalmente, no entanto, algumas teceram comentários significativos, relativos ao exercício profissional, verbalizando sentirem-se sem reconhecimento, sem valorização, com sobrecarga de trabalho, substitutas do médico, limitadas profissionalmente, decepcionadas.

Algumas enfermeiras obstétricas que participaram deste estudo, atribuem valor à sua profissão, contudo, mostram-se conscientes de que o esforço despendido não é suficiente para concretizar seus objetivos e atender suas necessidades, bem como estão certas de que não há justiça na recompensa pela sua ação. Reportam-se à ausência de reconhecimento e de valorização tão freqüentemente atribuídos aos médicos e ao mercado de trabalho.

Verificamos, por meio dos relatos das egressas que estão atuando na área, no momento, que o "gostar do que se faz" e o fato de "sentir-se útil" geram satisfação. No entanto, o não reconhecimento, a sobrecarga de trabalho, bem como o espaço de atuação cada vez mais reduzido são motivos de insatisfação profissional.

Algumas profissionais, 41,5% mencionaram que o mercado de trabalho está em ascensão, tem muito espaço para atuação, e, ultimamente, a enfermeira obstétrica tem sido reconhecida profissionalmente. Em contrapartida, em relação a essa questão, também foram mencionados vários aspectos negativos. Como podemos verificar nos trechos de suas descrição: ... lutando para conquistar espaço; ... necessitando de autonomia; ... necessitando de maior remuneração; ... necessitando de maior oferta de cursos, de investir na formação; ... com falta de valorização, sendo mão de obra barata; ... com falta de oportunidade na realização de trabalho que compete à enfermeira obstétrica; ... com falta de reconhecimento profissional; ... com pouco campo para atuação, hospitais não contratam para fazer parto; ... com falta de identidade profissional; ... com desvio de função; ... com papel muito administrativo; ... profissão em extinção; ... plausível nos centros maiores, desvalorizadas nos centros menores; ... situação de incerteza.

A maioria das enfermeiras, 58,5%, fez comentários negativos em relação às condições de mercado de trabalho. O mercado de trabalho é o responsável pela formação e qualificação em todas as áreas. Menciona que, na saúde, particularmente na enfermagem, o mercado de trabalho aliado à situação de saúde/doença da população e à especialização profissional, influencia diretamente as diretrizes que o sistema de saúde deve determinar, assim como a qualificação dos profissionais da área(10).

 

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Para discorrer sobre as considerações finais, julgamos ser importante destacar novamente os principais resultados já apontados na análise dos dados:

- Das 92 ex-alunas (população do estudo), egressas dos cursos de obstetrícia na EEUSP, que se formaram entre 1980 a 1995, 46 (50,0%) atuam na especialidade, sendo que, destas, 34 (73,9%) são enfermeiras obstétricas assistenciais, e 12 (26,1%) são docentes de enfermagem obstétrica.

- Não atuam mais na área obstétrica 46 (50,0%); destas, 35 (76,0%) atuaram na especialidade após a formação, e 11 (24,0%) nunca atuaram na área obstétrica (Tabela 1).

- Das 35 ex-alunas do curso e que já atuaram na obstetrícia, 57,2% são, atualmente, enfermeiras em outras áreas, 17,1% são docentes de enfermagem em outra área, 20,0% mudaram de profissão, e 5,7% são do lar.

- No tocante às 11 ex-alunas (11,9%) que nunca atuaram na área, 7 (63,6%) são enfermeiras assistenciais, 1 (9,1%) é docente, e 3 (27,3%) mudaram de profissão.

- Há 10 (10,9%) ex-alunas que mudaram de profissão e, atualmente, suas atividades são: cursando a faculdade de medicina (1); cursou direito (1); empresária (2); acupuntura (1); proprietárias de comércio (2); gerente de informática (2); gerente de produtos profissionais (1).

- Das 32 enfermeiras obstétricas que atuam na área hospitalar, 12 (37,5%) responderam que nunca fazem o parto; 13 (40,6%) fazem o parto como rotina, e 7 (21,9%) realizam o parto esporadicamente.

- A grande maioria das ex-alunas 85 (94,4%) respondeu que o curso proporcionou conhecimento técnico-científico e que a carga horária foi "suficiente" (89,1%).

- Relacionada à percepção da situação da enfermeira obstétrica no mercado de trabalho, a maioria (58,5%) das enfermeiras obstétricas fez comentários negativos. No entanto, quanto à satisfação da profissão, 71,7% responderam estar satisfeitas, e 28,3%, insatisfeitas profissionalmente.

Com base nos dados, podemos apontar que o exercício da enfermagem obstétrica aparece como modo de existir inautêntico e impróprio da enfermeira obstetra que se percebe como estranha na equipe de saúde, onde não consegue inserir-se, sendo assim, não consegue alcançar a confirmação e aprovação necessárias e o reconhecimento profissional. Nessa situação de inautenticidade e de não ser, a enfermeira obstétrica mostra-se insegura, incapaz, solitária e em busca permanente de espaço e aprovação social. Todos estes fatores, acima apontados, certamente contribuíram para a evasão na área de obstetrícia de 50,0% das ex-alunas deste estudo.

Consideramos imprescindível a reorientação da nossa prática de ensino a fim de favorecer o desenvolvimento da autonomia dos estudantes de enfermagem. Enquanto docente de enfermagem, temos a oportunidade e obrigatoriedade de auxiliar os estudantes na definição do papel profissional, tanto no que diz respeito às competências técnicas específicas como na incorporação de valores, atitudes e comportamentos, como funcionamento independente e autoconfiante, com a finalidade de fortalecer o papel da enfermeira nesses aspectos.

Acreditamos, também, que a autonomia profissional é um caminho para uma melhor interação consigo e com o outro e que estimular o desenvolvimento da autonomia pessoal e profissional das enfermeiras seria uma forma de ação de nível individual que promoveria o crescimento da enfermagem enquanto profissão, pois a imagem profissional é constituída a partir do papel desempenhado pelo profissional.

Frente a essas considerações, é possível dizer que este estudo aponta para uma intervenção ético-política, a fim de que o almejado no exercício da prática de uma profissão sejam valores reais e não apenas ideais.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Recebido em: 22.1.2001
Aprovado em: 22.4.2002

 

 

1 Doutor em Enfermagem, Professor Associado, e-mail: lesami@ig.com.br; 2 Estudante do Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia, Bolsista de iniciação científica (FAPESP). Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

* O Estado vem apresentando, nos últimos 4 anos, uma média de 50,3% de nascimentos por cesárea, sendo que, no Brasil, ocorreram 40,5% de nascimentos por cesárea