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Revista Brasileira de Ciência Avícola - Iron Supplementation for Commercial Laying Hens in Second Cycle of Production

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Revista Brasileira de Ciência Avícola

Print version ISSN 1516-635X

Rev. Bras. Cienc. Avic. vol.2 no.3 Campinas Sept. 2000

http://dx.doi.org/10.1590/S1516-635X2000000300009 

Suplementação de Ferro para Poedeiras Comerciais de Segundo Ciclo de Produção

Iron Supplementation for Commercial Laying Hens in Second Cycle of Production

 

 


Autor(es) / Author(s)

Bertechini AG3
Fassani ÉJ2
Fialho ET1
Spadoni JA3

1-Prof. Titular/Bolsista CNPq, DZO - UFLA.

2-Doutorando, DZO/UFLA, Bolsista CAPES

3-Prof. Faculta de Ciencias Agropecuarias - Univ. Nacional Cordoba - Argentina

 

Correspondência / Mail Address

Antonio Gilberto Beterchini

Depto. de Zootecnia - UFLADZO - UFLA
Cx.Postal 37 - Campus Universitário
37200-000 - Lavras - MG - Brasil

E-mail: bertechi@ufla.br

 

Unitermos / Keywords

ferro, poedeiras comerciais, nutrição avícola

iron, poultry nutrition, laying hens

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da suplementação de ferro, proveniente do sulfato ferroso (26% de ferro), em ração à base de milho e farelo de soja, sobre o desempenho, qualidade do ovo, deposição de ferro na gema e parâmetros sangüíneos de poedeiras comerciais no segundo ciclo de produção. Foram utilizadas 240 poedeiras comerciais Lohmann-LSL, oriundas de plantel comercial e submetidas a muda forçada com 72 semanas de idade, alojadas em galpão convencional de postura, em uma densidade de três aves por gaiola (25 x 45 x 40 cm). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com os tratamentos constando níveis de 0, 20, 40, 60 e 80 ppm de ferro suplementar, com quatro repetições de 12 aves, e três períodos de avaliações de 28 dias cada. A ração utilizada foi à base de milho e farelo de soja, contendo 127 ppm de ferro analisado. A suplementação de ferro não interferiu no desempenho, na qualidade interna e externa dos ovos e nos parâmetros sangüíneos das poedeiras. O conteúdo de ferro na gema (mg/100g) elevou-se linearmente quando houve aumento da suplementação deste até o nível de 80 ppm, utilizado no presente trabalho.

 

ABSTRACT

The objective of this work was to evaluate the effects of the supplementation of iron in ration based on corn and soybean meal, on the productive performance, egg quality , egg yolk iron deposition and blood parameters of commercial laying hens in second production cycle. 240 commercial Lohmann-LSL laying hens with 72 weeks of age were submitted to the forced molt. The hens were raised in the conventional cage by using three hens by cage (25 x 45 x 40cm). A completely randomized design was utilized, with treatments based on five iron supplementation levels (0, 20, 40 60 and 80ppm) in the ration, with four replications and three evaluations periods of 28 days each. The corn/soybean meal based diet were used, containing 127 ppm of analysed iron. The iron supplementation did not affect the productive performance and internal and external eggs quality and analysed blood parameters . The content of iron egg yolk (mg/100g) increased linearly when iron supplementation increased in the diet at the level of 80 ppm, used in this research.


 

 

INTRODUÇÃO

A suplementação de ferro (Fe) em rações de poedeiras comerciais é prática rotineira. Geralmente é administrado via suplemento de microminerais, suprindo assim sua exigência para as aves. Não se tem considerado os níveis contidos nos alimentos, pois podem não estar totalmente disponíveis, devido a fatores como proteínas, fibras, fitatos e outros, que interferem na sua biodisponibilidade.

O Fe é essencial nos processos vitais, nos quais participa como constituinte das moléculas de hemoglobina e mioglobina, ligadas a atividades de oxidação e redução, bem como ao transporte de elétrons. O ferro faz parte também de produtos como o ovo, que contém cerca de 1,32mg de Fe, e por isso é considerado uma excelente fonte de Fe para a nutrição humana (Scott et al., 1982).

Poucos artigos são encontrados na literatura referentes a suplementação de Fe para poedeiras comerciais, sendo que as recomendações encontradas nas tabelas de exigências foram determinadas para aves em primeiro ciclo de postura e muitas vezes realizadas com dietas purificadas ou semi-purificadas . A exigência de Fe preconizada no NRC (1994) para poedeiras comerciais, consumindo 100g de ração diariamente, é de 45 ppm, enquanto 85 ppm de Fe são recomendados por Rostagno et al. (1992). Contudo, ainda não se encontra na literatura uma recomendação para poedeiras no segundo ciclo de postura.

São verificadas grandes discrepâncias nos níveis de Fe nas fórmulas comerciais de suplementos, sugerindo novas pesquisas em condições práticas para subsidiar no equacionamento do nível de suplementação de Fe para essas poedeiras.

Assim, o presente trabalho teve por objetivo, estudar os efeitos da suplementação do Fe em ração à base de milho e farelo de soja sobre o desempenho, qualidade do ovo, deposição de Fe na gema e concentrações de ferro sérico, hemácias e hematócrito de poedeiras comerciais no segundo ciclo de postura.

 

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, tendo uma duração de 3 períodos de 28 dias, totalizando 84 dias experimentais.

Foram utilizadas 240 poedeiras leves da linhagem Lohmann – LSL, oriundas de um plantel comercial e submetidas à muda forçada, segundo Oliveira (1981), às 72 semanas de idade. As aves foram alojadas em um galpão convencional de postura, com comedouros tipo calha e bebedouros tipo "nipple", adotando uma densidade de 3 aves por gaiola (25 x 45 x 40cm).

As rações à base de milho e farelo de soja (Tabela 1) foram formuladas segundo Rodrigues (1995) e Oliveira (1995), para poedeiras de segundo ciclo de produção.

 

 

Os tratamentos consistiram dos níveis de 0, 20, 40, 60 e 80ppm de Fe, provenientes de uma mistura de sulfato ferroso (26%) e caulim (Tabela 2). Os demais microminerais foram fornecidos através de um suplemento, isento de Fe. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 5 tratamentos, quatro repetições e 12 aves por parcela, em esquema de parcelas subdivididas, com os cinco níveis de suplementação de Fe na parcela e os três períodos experimentais nas subparcelas.

 

 

Os parâmetros de desempenho avaliados foram: produção de ovos (%), consumo de ração (g/ave/dia), conversão alimentar (g/g) e peso médio dos ovos (g). A produção de ovos foi registrada diariamente e os demais parâmetros, avaliados semanalmente. A qualidade dos ovos foi avaliada nos três últimos dias de cada período experimental, quando se coletou três ovos de cada parcela para a determinação da unidade Haugh (UH), de acordo com Card & Nesheim (1968); peso específico (PE), segundo Hamilton (1982); peso de casca por unidade de superfície de área (PCSA), como indicado por Abdallah et al.(1993); e percentagem de casca (%C).

No último período, foram amostrados 3 ovos de cada parcela, a fim de se verificar a deposição de Fe na gema. Esses ovos foram cozidos um dia após sua coleta, separando-se as gemas, que foram acondicionadas em sacos plásticos e levadas ao laboratório para análise do Fe, utilizando espectrofotômetro de absorção atômica, modelo Varian - spectrAA-100. Ao final do experimento, foi coletada uma amostra de sangue (5mL) de uma ave por parcela, aproximadamente uma hora após a ovoposição. As amostras de sangue foram levadas ao laboratório imediatamente após a coleta, em caixa de isopor com gelo, procedendo-se análises de hematócrito, contagem de hemácias e ferro sérico.

O hematócrito foi determinado pelo método do micro hematócrito, centrifugando-se a amostra por cinco minutos a 10.000 rpm, sendo os valores expressos em percentagem.

A contagem de hemácias foi realizada por diluição de 0,02mL de sangue em diluidor automático CELM DA 500 e posteriormente, foi feita a contagem automática no aparelho CELM CC 510 sendo os resultados expressos em número de células X 106 por mm3. O ferro sérico foi determinado em absorção atômica.

Os resultados foram submetidos à análise estatística, utilizando-se o pacote computacional SISVAR (Sistema de Análise de Variância Para Dados Balanceados) (Ferreira, 1992).

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não foi evidenciado efeito (p > 0,05) da suplementação de ferro no desempenho das aves (Tabela 3), diferindo dos resultados obtidos por Morck & Austic (1981), que trabalharam com dietas purificadas e níveis de ferro de 15 até 65 ppm, usando poedeiras com 36 semanas de idade. Porém, os resultados obtidos por esses autores não apresentaram comportamento constante, fato que impediu uma recomendação precisa de ferro para esses parâmetros.

 

 

Todos os parâmetros avaliados para qualidade de ovo (Tabela 4) não foram influenciados (p > 0,05) pelos níveis de Fe suplementados, não sendo encontrados dados comparativos na literatura. Os resultados indicam que os parâmetros de qualidade interna e externa dos ovos não são influenciados pela suplementação de Fe, sendo que a dieta à base de milho e farelo de soja suportou as necessidades para esse microelemento, já que continha 127 ppm de Fe analisado.

 

 

Na Tabela 5, estão apresentados os valores médios de ferro depositado na gema dos ovos, expressos em mg de ferro por gema e mg de ferro por 100 g de gema, na base da matéria natural. A deposição de ferro na gema, expressa em mg/gema, não diferiu significativamente (p > 0,05) em relação aos níveis de Fe suplementados nas rações, apesar de haver uma tendência de aumento na deposição à medida em que se elevou o ferro suplementar na dieta. Por outro lado, quando a quantidade de ferro depositado na gema foi expressa em mg/100g de gema, houve elevação linear (p<0,05) nos conteúdos, em função da elevação da suplementação. Nota-se também que o valor médio de ferro encontrado em cada gema (1,20 mg), independentemente do nível de Fe suplementar, está próximo ao valor de 1, 32 mg, descrito por Scott et al. (1982). As informações de Naber (1979), que incluiu o ferro no grupo de nutrientes encontrados nos ovos que não são modificados por alterações na dieta, devem ser revistas, já que houve aumento na concentração de ferro na gema, quando expressa em mg/100g, quando se elevou a suplementação da dieta em até 80 ppm, maior nível utilizado neste trabalho.

 

 

Não foi encontrado efeito (p>0,05) da suplementação de ferro nos parâmetros sangüíneos: hematócrito, hemácias e ferro sérico (Tabela 5). Contudo, Morck & Austic (1981) encontraram diferenças nos resultados de hematócrito após a segunda semana de suplementação com Fe em níveis de 15 até 65 ppm, sendo esses os resultados considerados pelo NRC (1994) para fazer as recomendações desse microelemento para poedeiras leves (45 ppm).

 

CONCLUSÕES

Os resultados deste trabalho permitiram concluir que:

  • A suplementação de ferro em dietas à base se milho e farelo de soja não afeta o desempenho e a qualidade interna e externa de ovos das poedeiras comerciais leves de segundo ciclo de produção;

  • O aumento da suplementação de ferro na dieta resultou em aumento na deposição deste microelemento na gema;

  • Os parâmetros sangüíneos hematócrito, hemácias e ferro sérico, não são afetados pela suplementação de ferro na dieta.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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